quinta-feira, 28 de março de 2024

“A mesma coisa que ele faz com a mamãe, ele faz comigo”, diz criança em bilhete

A avó de uma criança procurou o Conselho Tutelar da cidade de Manaus (AM) para registrar boletim de ocorrência contra o padrasto da neta por abuso sexual. A menina havia escrito um bilhete, no qual dizia que “a mesma coisa que ele faz com a mamãe, também faz comigo”, e o entregou para a avó.

Segundo o Conselho Tutelar, a avó apareceu no local com a neta e a menina relatou que o padrasto cometia abuso sexual desde que ela tinha seis anos. O homem é casado com a mãe da menina e, inclusive, ela o chama de pai.

Segundo a conselheira tutelar Iolene Oliveira foi a avó que, depois que recebeu o bilhete da neta, veio aqui procurar ajuda porque não sabia o que fazer. “Ela mostrou o bilhete pra gente, trouxe a criança e a menina relatou que ele já fazia isso desde quando ela tinha seis anos”, disse a conselheira.

De acordo com a conselheira, o padrasto levou a família para passar cerca de seis meses em Goiânia. Um dia, em um sítio, a criança avisou a mãe que ia ajudar o padrasto a guardar o gado e o homem teria aproveitado a ocasião para estuprar a enteada.

Ainda de acordo com o órgão, a criança chegou a contar sobre os estupros para a mãe, que não fez nada. A menina, inclusive, chegou sangrando, e a mãe apenas a levou ao médico dizendo que era uma infecção urinária.

Após voltarem de Goiânia, a família começou a morar nos fundos da casa da avó da menina, mãe do pai biológico dela. A menina descobriu que a mãe e o padrasto pretendiam se mudar e então escreveu o bilhete para a avó. “Vó, eu quero morar com a senhora porque o meu pai faz besteira comigo. Na hora que o pai chama a mamãe para dormir, ele transa com a mãe. A mesma coisa que ele faz com a mamãe, também faz comigo”, dizia o recado na íntegra.

A avó, então, chamou a mãe e perguntou o que estava acontecendo. Irritada, a mulher apenas entregou a filha para que ela cuidasse. A Delegacia da Criança e do Adolescente investiga o caso, e a família vai prestar depoimento nos próximos dias.

“Foi pedido exame de conjunção carnal e ela foi encaminhada para o Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (SAVVIS). A gente trabalha primeiro com a saúde da criança, ela também vai passar pela psicóloga e após isso a gente vai iniciar as investigações”, afirmou a delegada Joyce Coelho.

 

– Publicidade –

Outros destaques