Ao menos 5 parlamentares do Maranhão estão no Vaticano para participar da cerimônia de canonização de Irmã Dulce. São eles: Weverton Rocha (PDT), Roberto Rocha (PSDB), Gil Cutrim (PDT), André Fufuca (PP) e Juscelino Filho (DEM).
Especula-se que mais de 30 autoridades e convidados, como algumas esposas, tenham viajado para Roma com recursos públicos. Só em diárias, o jornal espanhol El Pais calcula gastos de R$ 186 mil, mas o valor deve aumentar, e muito, uma vez que os gastos com deslocamento e hospedagens ainda não foram informados. A beata baiana, que ficou conhecida por ajudar os menos afortunados, será declarada pelo Papa Francisco como a Santa Dulce dos Pobres.
São três comitivas diferentes que estão na Itália, da presidência da república, da Câmara e do Senado. A delegação presidencial é chefiada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, e tem mais um maranhense na lista, o ex-presidente José Sarney.
Os parlamentares que viajam em missão oficial a países estrangeiros têm direito a diárias. No Senado o valor é US$ 416 (R$ 1.711). Na Câmara, US$ 428 (R$ 1.760). Porém, o parlamentar pode optar por não receber o valor a que tem direito.
Para chegar no número de R$ 186 mil, o EL PAÍS baseou-se no Diário Oficial da União, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e por dados fornecidos pala vice-presidência da República, pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria-Geral da República. Os chefes desses últimos quatro poderes estão na comitiva de Mourão.
Ainda em entrevista ao jornal espanhol, o diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, comentou o caso. “Dinheiro público tem de ser utilizado para uma utilidade pública. Não há interesse público em ter uma comitiva de brasileiros de diversos poderes se deslocando com recursos do tesouro para uma canonização. É totalmente descabido”.
