Do R7
Quantas vezes você correu do ponto de ônibus até a porta de casa porque a rua estava vazia, ou teve medo de descer do vagão do trem e ser perseguida por um homem que não parava de lhe encarar?
Situações como essas se tornam corriqueiras na vida da maioria das mulheres. Viver com medo de sofrer um ataque pode parecer, para quem vê de fora, uma paranoia, mas é o que mulheres sentem o tempo todo.
Pensando nisso, duas amigas criaram uma página no Facebook que incentiva a ajuda mútua. A ideia da “Vamos juntas?” é estimular mulheres que precisam passar por praças, parques e ruas desertas, ou que por algum outro motivo se sentem vulneráveis em um espaço público, a se unir a outras na mesma situação.
Para provar que isso é possível e funciona, a fan page compartilha depoimentos de meninas que foram ajudadas por outras quando acharam que seriam perseguidas, assaltadas ou sofreriam abuso.
Em entrevista à Rede Record, a jornalista Bárbara Souza, uma das idealizadoras da iniciativa, explicou que a “Vamos juntas?” pretende dar duas ideias. A primeira é a de abordar desconhecidas na mesma situação vulnerável e convidá-las para caminhar juntas para que fiquem mais seguras. E a outra é combinar com outras mulheres conhecidas, da faculdade e do trabalho, de andarem juntas quando fizerem os mesmos trajetos, para que se protejam.
— As mulheres ganharam independência, lutaram pela independência, elas conseguem estar nas universidades, nas empresas, nos cargos, mas chegar até esses lugares ainda é muito difícil.
A página da “Vamos juntas?” já tem 53 mil curtidas e centenas de comentários parabenizando as idealizadoras pela iniciativa.
E se engana quem pensa que só mulheres gostaram da ideia. Homens também incentivam o apoio entre as meninas e marcam mulheres conhecidas para que fiquem sabendo da iniciativa.
As histórias de mulheres que se ajudaram têm centenas de compartilhamentos para espalhar a ideia.
Para acompanhar, acesse aqui.
A página também explica o que é sororidade, o conceito que está por trás da iniciativa.
As histórias provam que com um gesto simples mulheres podem se ajudar.
É claro que a união das mulheres, sozinha, não torna as ruas tranquilas. Mas pode evitar agressões.
