O cantor brasileiro sofria de uma disfunção cardiovascular que afeta de 2 a 4% da população e que pode causar morte súbita. A artéria aorta, maior vaso do corpo humano, é responsável por levar oxigênio para todo o corpo. Ela pode se dividir em cinco partes, entre elas a torácica e a abdominal — essa última é, geralmente, a mais afetada pelo aneurisma. A doença é caracterizada pela dilatação dessa condutora de sangue, que pode acabar rompendo pelo enfraquecimento. Foi o que aconteceu com Belchior.
O angiologista Ivanésio Merlo, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), explica essa questão com uma analogia: “É como se fosse um balão: você vai enchendo, enchendo… até que as paredes ficam mais finas e frágeis e estouram”. Na hipótese de uma ruptura, o especialista afirma que 98% dos pacientes morrem antes de chegar ao hospital. Dos que chegam, 90% também vão à óbito. É muito grave.
No caso de Belchior, ele teria se sentido mal na noite de sábado (29 de abril) e resolveu descansar no sofá. Na manhã do dia seguinte, sua esposa foi procurá-lo e já o encontrou morto.
É fundamental que o alargamento exagerado da artéria seja detectado precocemente, e a melhor forma de fazer isso é com um checkup vascular, que vai analisar os vasos do corpo. Em primeiro lugar, pede-se uma ultrassonografia. Se ela levantar alguma suspeita, testes complementares são realizados, como a tomografia e a ressonância magnética.
É importante conversar com um expert para que ele investigue a necessidade que cada um tem de passar pela avaliação. Merlo menciona alguns grupos de risco: ” Hipertensos, fumantes” e pessoas acima de 65 anos, com colesterol alto ou histórico familiar devem ficar atentas”. Além desses, ele cita indivíduos com aterosclerose, condição em que placas de gordura e outras substâncias se acumulam nas paredes das artérias.