sexta-feira, 19 de abril de 2024

Apae de São Luís: a luta diária pela inclusão, respeito e mais oportunidades

Para todos que atuam na APAE de São Luís há 51 anos, todo os dias são de luta em prol das pessoas com deficiência intelectual e/ou multipla. Mas o dia 21 de setembro é ainda mais importante: Foi instituído em 2005, pela Lei nº 11.133/2005, como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência; com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

O Presidente Sebastião Vanderlaan de Almeida Rolim lembra que a inspiração maior vêm do fundador da entidade, o já falecido Prof. Expedito Alves de Melo, que foi um incansável lutador em prol da causa da inclusão da pessoa com deficiência enquanto viveu. Ele que teve dois filhos com deficiência intelectual, acabou abraçando a luta de muitos mais, e inspirando uma verdadeira legião de pais, profissionais e voluntários que atuam de forma dedicada e incansável em várias frentes.

A APAE de São Luís ao longo dos anos foi ampliando sua atuação. Em 1992 foi fundado o Laboratório de Análises Clínicas e o Setor responsável pelo Teste do Pezinho. Em 2001 aconteceu a habilitação da APAE de São Luís como Referência Estadual em Triagem Neonatal. Em 2002 aconteceu o convênio com o SUS/SEMUS e em 2003 a Fundação da Clínica Escola Sta. Edwiges. Em 2007 foi implantado o Programa de Saúde Auditiva e em 2020 houve a implantação do Projeto de Reabilitação Pós-Covid19.

Atualmente a entidade presta serviços de reconhecida excelência nas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação (Escolarização, Educação e Qualificação Profissional e Inclusão no Mercado de Trabalho), Reabilitação, Arte e Cultura. Em todas essas frentes, a instituição promove uma verdadeira transformação na qualidade de vida de milhares de alunos com deficiência e de seus familiares, e sobrevive com recursos federais e estaduais; além de doações de empresas e pessoas físicas.

Arionildes Silva e Silva é uma dessas mães que poderiam ser denominadas de “apaexonadas” no melhor e mais forte sentido da palavra. Ela buscava o melhor tratamento para a filha Alenilce da Conceição Silva, na época com 14 anos, e com síndrome de down quando chegou até a APAE de São Luís em 1995. Aos poucos foi se envolvendo nas atividades da entidade e há mais de 26 anos ininterruptos é uma presença forte na instituição, onde atualmente é Vice – Presidente.

“Busquei a APAE de São Luís por indicação do médico neuropediatra da minha filha, que estava adolescente na época e uma fase bem difícil e regredindo muito, e com vários problemas hormonais também. Então ele me garantiu que o melhor e mais completo tratamento para ela seria na APAE de São Luís, o que de fato foi realidade”, conta ela, que sentiu um verdadeiro alívio ao ver a filha sendo acolhida por uma equipe multidisciplinar e se desenvolvendo com os estímulos recebidos na Escola Eney Santana, mantida pela APAE de São Luís.

A APAE de São Luís é uma organização social civil assistencial, educacional, filantrópica e sem finas lucrativos, que trabalha com afinco para promover a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e/ou múltipla.

“Também representamos o movimento da pessoa com deficiência perante organismos municipais, estaduais e nacionais, para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, lutando pela perspectiva da inclusão social desse público que merece todo o respeito e condições de vida mais dignas”, declara o Presidente Sebastião Vanderlaan Rolim.

A gestora da APAE de São Luis Christiane Diniz acha importante dar visibilidade a essa causa e ter o dia 21 de setembro como uma data especial de luta, pois há muito a ser feito ainda:

“No Brasil temos mais de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, mas infelizmente o que predomina ainda é a discriminação, o capacitismo, o infantilismo, ou seja, as barreiras atitudinais. Para nós que fazemos a gestão de uma organização social civil, o nosso papel vai além da busca por esses direitos e garantias, mas sobretudo, garantir a participação ativa na sociedade das pessoas com deficiência e com igualdade de direitos e de tratamento” explicou a gestora.

Ela lembrou que há leis que disciplinam o direito à educação e à contratação obrigatória da pessoa com deficiência no mercado de trabalho; no entanto na prática, ainda há muita falta de empatia e de oportunidades, além da dificuldade de acesso à formação e capacitação profissional dos PCD´s.

“O maior avanço que precisamos conquistar é comportamental, pois ainda há muita discriminação na sociedade. Precisamos evoluir no entendimento de que a pessoa com deficiência é diferente, mas é capaz de ser socialmente feliz e produtiva a sua maneira; e tem muito a nos ensinar e a contribuir” finalizou Christiane Diniz.

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