segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Apoio de Amaral a Dilma gera racha no PSB

A declaração de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff pelo presidente do PSB, Roberto Amaral, dias depois de a sigla endossar a candidatura de Aécio Neves (PSB) gerou um racha no partido na véspera da eleição interna de segunda-feira e críticas do ex-candidato a vice-presidente Beto Albuquerque ao dirigente.

 

Albuquerque classificou, em entrevista coletiva neste domingo (12) em que Marina Silva, ex-candidata à Presidência do PSB, declarou apoio a Aécio, o apoio de Amaral a Dilma como “rebeldia” e afirmou que a decisão tira do dirigente as condições para seguir no comando da legenda.

 

— No momento em que o presidente de um partido vencido na sua posição mesmo assim mantém-se apaixonado pelo passado, ele perde todas as condições de continuar presidente do partido. Foi isso que ocorreu.

 

Usando palavras duras contra Amaral, que já havia tentado marcar a eleição interna para antes do primeiro turno das eleições, Albuquerque questionou a “paixão” demonstrada pelo dirigente pela candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em agosto quando fazia campanha como presidenciável do PSB, o que levou Marina à cabeça de chapa.

 

— Se o PSB quisesse apoiar Dilma Rousseff, não precisava ter saído do governo dois anos atrás. Não precisava ter perdido Eduardo Campos à trabalho dessa mudança. Nós poderíamos estar hoje confortavelmente no governo. Quando nós tomamos a decisão de sair em candidatura própria, já dissemos o que achávamos deste governo.

 

O PSB se reúne na segunda-feira para eleger o comando da legenda e, com o racha exposto entre Amaral e Albuquerque, a posição anunciada pelo ex-vice de Marina no fim do primeiro turno de buscar a unanimidade em torno da reeleição do atual presidente não vai mais acontecer. Da Reuters.

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