Ataques de helicópteros das forças armadas do Afeganistão, usando mísseis e metralhadoras pesadas, mataram 36 pessoas, sendo 6 homens e 30 meninos, e feriram 71 outros, enquanto participavam de uma cerimônia religiosa perto de Kunduz, cidade do norte do país, no mês passado, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado nesta segunda-feira (7).
Em abril, moradores do vilarejo de Dasht-i Archi, no distrito de Kunduz, disseram que dezenas de pessoas, inclusive muitas crianças, foram mortas em um ataque contra uma cerimônia religiosa, levando a ONU a iniciar uma investigação.
Pelo menos 13 morrem em explosão em mesquita no Afeganistão
Atentado suicida deixa pelo menos 13 mortos e 19 feridos no Afeganistão
O relatório da ONU ressaltou os riscos de uma nova estratégia, desenvolvida por conselheiros dos Estados Unidos, de reforço do poderio aéreo afegão, agora equipado com helicópteros que disparam foguetes e aeronaves de ataque, para tentar romper um impasse com o Taliban.
“Uma descoberta crucial deste relatório é que o governo usou mísseis e metralhadoras pesadas em uma reunião religiosa, o que resultou em números altos de fatalidades infantis”, disse a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama, na sigla em inglês).
A missão disse que ao menos 36 pessoas, inclusive 30 crianças, foram mortas e que 71 ficaram feridas, e que há dúvidas “quanto ao respeito do governo às regras de precaução e proporcionalidade segundo a lei humanitária internacional”.
O documento disse haver dúvidas sérias sobre o incidente, que exige mais investigação, mas não estar em condição de determinar se o ataque equivaleu a uma violação da lei internacional.