terça-feira, 23 de abril de 2024

Brasil registra 4.507 casos confirmados de sarampo nos últimos 3 meses

Rede de saúde está com postos abertos

O Brasil registrou 4.507 casos confirmados de sarampo em 19 estados, nos últimos 90 dias, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde. O número representa um aumento de 13% em relação ao último monitoramento. Ceará e Paraíba passaram a integrar a lista de estados com transmissão ativa do sarampo.

Os dados referem-se ao período de 30 de junho a 21 de setembro e representam 84,3% do total de casos registrados este ano. O balanço mostra ainda que há 21.711 casos em investigação e 5.818 que foram descartados. Não há novos registros de mortes pela doença. Ao todo, neste ano, foram registrados quatro óbitos.

A incidência em menores de 1 ano de idade é dez vezes maior do que na população em geral. A cada 100 mil habitantes, 64 crianças nessa faixa etária obtiveram confirmação para o sarampo. A segunda faixa etária mais atingida é de 1 a 4 anos. Três das quatro mortes por sarampo registradas neste ano foram de crianças menores de 1 ano e uma de um indivíduo de 42 anos.

A maior parte dos casos confirmados (4.374) está concentrada em 168 municípios de São Paulo, principalmente na região metropolitana. Em seguida, estão Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais, com 22 casos em cada estado; Santa Catarina, com 12; Paraná, 13; Rio Grande do Sul, 7; Ceará e Paraíba, com 5 casos em cada estado; Maranhão, Goiás e Rio Grande do Norte, com 4 casos cada; Distrito Federal e Pará, com 3 casos cada; Mato Grosso do Sul e Piauí, com 2 cada; e, Espírito Santo, Bahia e Sergipe, cada estado com um caso confirmado de sarampo.

No ano passado, foram confirmados 10.330 casos de sarampo no Brasil. Ao todo, foram registradas 12 mortes pela doença em 2018.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Kleber, a população não pode descuidar da vacinação. “Não podemos baixar a guarda porque o vírus do sarampo é extremamente transmissível”, alerta. A meta da pasta é a interrupção da circulação do vírus no Brasil e a manutenção de altas coberturas vacinais.

O sarampo é uma doença viral grave e altamente contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à morte. A transmissão ocorre no contato de pessoa para pessoa e pela propagação no ar.

Casos no Maranhão
Até o último dia 14 de setembro, tinham sido quatro casos de sarampo confirmados no Maranhão. O último deles foi de um bebê de sete meses que era morador do município de Caxias, distante 364km de São Luís. O estado é um dos 16 que tem notificação ativa para o surto da doença que está atingido todo o país, com o maior foco no estado de São Paulo e da Bahia.

O novo caso maranhense surge após a determinação do Ministério da Saúde em priorizar a vacinação para o público que tem de seis meses a até onze meses de idade, que deve ser imunizado com a dose zero.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Maranhão, além deste caso, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) tem registro de casos de sarampo nos municípios de Vitorino Freire, Lago da Pedra e na capital, São Luís. Ainda segundo o órgão estadual,  as doses da vacina estão sendo distribuídas regularmente, conforme a população de cada município, e que este é o responsável pela imunização.

Após a confirmação deste novo caso, os órgãos de saúde passaram a adotar as medidas paliativas, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, como o bloqueio vacinal dos contatos diretos dos casos confirmados, assim como solicitou lista nominal de contatos sociais – local de trabalho e outros ambientes – de acordo com o roteiro da linha cronológica do caso, traçado pela equipe de investigação municipal e estadual.

Vacinação
A vacinação é uma das principais estratégias para combater a doença. A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo ocorrerá em duas etapas este ano. A primeira, de 7 a 25 de outubro, para crianças de 6 meses a menores de 5 anos. O dia D, dia de mobilização nacional, ocorrerá no dia 19 de outubro.

A segunda etapa será realizada de 18 a 30 de novembro, com foco na população de 20 a 29 anos. O dia D será no dia 30 de novembro. Essa faixa etária é a que concentra a maior frequência dos casos. A vacina a ser tomada é a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

Ao todo, foram distribuídos, pelo Ministério da Saúde, R$ 22,8 milhões para garantir a vacinação de rotina nos estados e a dose extra, chamada de dose zero, às crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. Mais R$ 37 milhões serão destinados para este fim até dezembro.

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