A Câmara aprovou o projeto de Lei que classifica o feminicídio como crime hediondo e o inclui como homicídio qualificado na última terça-feira (03). O projeto modifica o Código Penal para incluir o crime assassinato de mulher por razões de gênero entre os tipos de homicídio qualificado. O projeto vai agora à sanção presidencial.
A proposta aprovada foi elaborado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher e estabelece que, existem razões de gênero, quando o crime envolver violência doméstica e familiar, ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher.
Ele prevê o aumento da pena em um terço se o crime acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou adulto acima de 60 anos ou ainda pessoa com deficiência. Também se o assassinato for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima.
A CPMI justificou o projeto destacando o homicídio de 43,7 mil mulheres no Brasil de 2000 a 2010, sendo que mais de 40% das vítimas foram assassinadas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros. Além disso, a comissão afirmou que essa estatística colocou o Brasil na sétima posição mundial de assassinatos de mulheres.
A aprovação do projeto era uma reivindicação da bancada feminina e ocorre na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março).