sábado, 20 de abril de 2024

Com Briga por banheiro, discurso escatológico e declaração de guerra do dep. Yglésio, ALEMA retoma as atividades

"Acho que quando a sociedade é uma merda... às vezes a gente precisa jogar a real na cara das pessoas..."

Nesta terça-feira (11) aconteceu o retorno dos deputados ao trabalho, na Assembleia Legislativa do Maranhão. O primeiro turno passou, o segundo mostra uma maré tempestuosa e o barquinho dos deputados vai a deslizar num profundo cinza do mar.

Já que é preciso ocupar o tempo, deputados debatiam sobre banheiros e plaquinhas de cinquenta centímetros a serem instaladas nos bares e restaurantes, com mensagens semelhantes àquelas de autoajuda que abundam nas redes sociais.

Primeiro ocorreu o embate entre o autor lei contra a “prática de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero” (ou lei das plaquinhas), Adelmo Soares e a discordante ultraconservadora Mical Damasceno sobre banheiros (assunto do qual sequer a lei trata), inclusive o acirrado debate terminou com a deputada passando mal e precisando de atendimento médico.

Em seguida tivemos a fala escatológica do deputado Yglésio Moisés. “O grande assunto que tivemos no nosso retorno às atividades foi questão de banheiro. Acho que quando a sociedade é uma merda… às vezes a gente precisa jogar a real na cara das pessoas… porque tá muito difícil mesmo e a gente vai criar história de banheiro… esse plenário aqui era pra discutir assuntos importantes do Maranhão…”

O discurso do deputado médico foi extenso e, praticamente, uma declaração de guerra contra o senador eleito Flávio Dino e o partido de ambos, o PSB. Consultado a respeito, Bira do Pindaré, que responde pelo PSB afirmou que “quem declara apoio a Bolsonaro está confirmando que não pretende continuar no PSB”. Porém quando o assunto é expulsão do partido, o  presidente é mais  evasivo: “Expulsão requer procedimentos estatutários. Vamos analisar após eleição. Nossa prioridade agora é eleger Lula”.

Brandão e Bolsonaro?

Entre elogios ao governador Carlos Brandão, Yglésio fez sua declaração de voto em Bolsonaro, contrariando a orientação partidária e, aparentemente, de todo o grupo governista. “Eu vou votar no Bolsonaro. Porque eu já fui do PT e eu nunca mais quero pra minha vida o PT no poder de novo”. O deputado também afirma que, caso Bolsonaro se reeleja, “na hora que Lula perder, Brandão será recebido lá no Palácio (do Planalto)”.

A grande mensagem do deputado foi endereçada a Flávio Dino, presidente (afastado) do PSB, partido pelo qual Yglésio se elegeu. A relação já vem desgastada desde o início da campanha. Embora, yglésio diga que “aqui no Maranhão, que sou do grupo do Brandão, prefiro Bolsonaro presidente… porque eu não quero, lá por cima o Flávio Dino mandando aqui de novo, interferindo na ALEMA”.

E Yglésio Moisés arremata cutucando os deputados aliados de Dino eleitos neste pleito: “Eu estou esperando eles tudinho aqui: os Boys do Flávio Dino virem defender ele aqui. Vou votar 22 pro Maranhão se libertar desse pessoal que passou 7 anos perseguindo todo mundo”.

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