sexta-feira, 29 de março de 2024

Conheça a história da médica Intervencionista que já foi expulsa da sala de procedimentos por expor opinião

Com traços indígenas e cabelos pretos, ao entrar em uma sala cirúrgica cheia de homens ela foi questionada se era indiana e ao responder que não, mas que as semelhanças e comparações eram frequentes, a resposta foi “isso não é um elogio! As indianas são feias e sujas”. O comentário, além de xenofóbico, retrata a experiência de médicas que atuam em áreas com maior presença masculina. Quem viveu isso foi a Dra. Mayara Vianna, 33 anos, médica cardiologista intervencionista e hemodinamicista, coordenadora do serviço de hemodinâmica na região Sul do Maranhão e professora e mentora de grupo de pesquisa da Universidade Federal do Maranhão.
Hoje, após driblar vários desafios e conquistar uma carreira consolidada, ela continua na busca por aperfeiçoamento que a fortaleça ainda mais na batalha contra o preconceito. A história de superação da Dra. – é a primeira cardiologista hemodinâmica do estado maranhense – a fez ser indicada para participar do ELISA (Edições de Livre Iniciativa de Solidariedade e Apoio), programa direcionado a médicas em início de carreira que optaram por áreas com maior presença masculina, como: urologia, coloproctologia, hemodinâmica, entre outras.
O ELISA é um projeto da Medtronic, líder em tecnologia na saúde, que regularmente investe em ações de conscientização para ampliar e lutar por um ambiente de respeito e igualdade da mulher na área da saúde.

Para a Dra., a atuação da mulher na saúde em áreas com maior participação masculina sofre um preconceito estrutural que só enxerga capacidade em subserviço, praticado, inclusive, por outras mulheres. Quando iniciou a residência, ela era a única mulher de um grupo de 7 homens e sentia que suas ideias não eram acatadas. Ao tentar se impor, chegou a ser expulsa da sala de procedimentos e ouviu de um professor “eu não estou falando com você”.

Questionada se há arrependimento na escolha pela profissão, ela é enfática ao dizer que “nunca”. “Já me senti enfraquecida e entristecida, mas nunca pensei em desistir. Eu sigo uma linha geracional de mulher que quer confrontar. Quando me diziam que eu não podia ir, aí que eu ia para cima”, reforça a médica. Foi a determinação e o apoio psicoterapêutico que a ajudou a vencer os desafios.

E desde os 29 anos, quando se formou em cardiologia intervencionista, uma área da cardiologia que demanda força física e preparo emocional, pois lida com infarto agudo do miocárdio em tempo integral, ela driblou os desafios do preconceito para cumprir a importante missão de ajudar a salvar vidas. A escolha pela área foi impulsionada pelo amor e vontade de salvar o avô, falecido em dezembro de 2000, vítima da Doença de Chagas e pela carência de profissionais dessa área no Maranhão.
Diversidade de dentro para fora

O comprometimento da Medtronic com a equidade de gênero integra a cultura da multinacional. Inclusive, o ELISA é uma extensão do projeto Elas na Medicina cujo objetivo é conscientizar a sociedade para a importância e ampliação da participação igualitária das mulheres no exercício da Medicina.

Além de Manifesto com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o programa, lançado em 2021, disponibilizou uma série de palestras para debater o tema.

A Medtronic ainda conta com o comitê Medtronic Women’s Network, um programa que constantemente busca ações de aprimoramento feminino e soluções que realmente garantam igualdade para as mulheres. As ações tiveram o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), representada pela Rede Brasileira do Pacto Global, com o Prêmio WEPS Brasil – Empresas Empoderando Mulheres, que reconhece os esforços de companhias que promovem a cultura da equidade de gênero e o empoderamento da mulher no Brasil. Além disso, 50% dos cargos de liderança na empresa são ocupados por mulheres.

“É inspirador saber que o Medtronic Women’s Network oferece resultados transformadores para o negócio, cultivando e sustentando uma cultura em que as mulheres lideram em todos os níveis. Somos guiadas e guiados por uma visão de melhorar nossa capacidade de atrair, desenvolver, reter e acelerar o avanço das mulheres em suas profissões, ajudando a tornar a Medtronic um verdadeiro reflexo das comunidades onde vivemos e trabalhamos. O projeto ELISA veio junto ao Elas na Medicina, com o objetivo de expandirmos e compartilharmos ainda mais nossa missão dentro de todo nosso setor de trabalho, fazendo com que todas as mulheres sejam, onde estiverem, protagonistas de suas carreiras, sem serem prejudicadas por barreiras de gêneros”, conclui Milano.

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