O Sistema de Saúde em São Luís pode entrar em colapso com o corte de verbas na ordem de R$ 2 milhões por mês no setor. Foi o que afirmou o presidente do Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM), Abdon Murad. Atualmente, a rede de saúde municipal não está sendo suficiente para atender a demanda e, com o corte de investimentos e demissão de profissionais, a situação pode ficar ainda mais crítica.
A denúncia sobre os cortes foi feita pela Associação dos Médicos dos Socorrões (Amess). De acordo com a entidade, será reduzida a capacidade da Prefeitura de São Luís em investir no setor como também em quitar compromissos básicos, como o pagamento de fornecedores de materiais e repasse dos salários dos funcionários. A redução no orçamento está em vigência desde o primeiro dia de junho deste ano. A justificativa para a queda no investimento é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que deve ser seguida pelos orçamentos municipais.
O presidente do CRM, Abdon Murad, voltou a denunciar a situação crítica em que se encontra a rede de saúde municipal, o que causa prejuízos para a população e para os profissionais da saúde, que ficam sobrecarregados por causa do aumento da demanda e falta de investimentos.
Os dois hospitais de urgência do município, o Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) e o Hospital de Urgência e Emergência Doutor Clementino Moura (Socorrão II), já não suportam mais a demanda de pacientes não apenas da Região Metropolitana de São Luís, mas também aqueles vindos do interior do estado. Constantemente nessas duas unidades de saúde faltam matérias básicos, como medicamentos, gases e equipamentos cirúrgicos, o que inviabiliza a realização de qualquer tipo de procedimento.
Uma das consequências do corte de investimentos aconteceu na semana passada no Socorrinho do bairro do São Francisco. Segundo Murad, na sexta-feira, dia 2, por causa da deficiência de profissionais na unidade, o único médico que estava no plantão teve de se ausentar para fazer a transferência de pacientes para o Socorrão I e para o Hospital Infantil Juvêncio Mattos e, quando retornou para a sua unidade de saúde, quase foi agredido fisicamente por outros pacientes que lhe aguardavam.
Desde a semana passada médicos que atendem ao sistema de saúde municipal já estão realizando protestos, primeiro pela falta de estrutura para trabalhar e por conta das demissões dos profissionais que atendem nas urgências e emergências.
Conforme a Amess, o orçamento da saúde extrapolou em mais de 50% o teto permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que impossibilita não somente a aquisição de novos recursos, como obriga o poder público a reduzir gastos. Além dos cortes, a prefeitura também deverá enxugar o quadro de médicos das unidades de saúde. De acordo com a Amess, a diminuição do número de profissionais, em alguns casos, chegaria a 50%, ou seja, restaria apenas um médico para atender, nas unidades mistas, a todas as demandas dos pacientes.
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