sexta-feira, 19 de abril de 2024

Da geladeira antiga à biblioteca nova, não falta criatividade para incentivar a formação e manutenção de leitores

De acordo com a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2020, o território brasileiro perdeu, entre 2015 e 2019, mais de 4,6 milhões de leitores. Em porcentagem de leitores significa dizer que caiu de 56% para 52%, enquanto os não leitores representavam 48% da população, ou seja 93 milhões de brasileiros. A pesquisa também apontou que o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano.

A pesquisa tem dados por cidades. E quando o recorte é São Luís, 59% dos ludovicenses são leitores, ou seja, são 602 mil leitores na capital. Para ficar claro, na pesquisa eles informam que leitor é aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 anos. (Para acessar a pesquisa completa sobre São Luís clique aqui.)

A boa notícia é que há iniciativas que tentam melhorar esses índices. Vamos mostrar algumas aqui. O projeto Cidadania e Leitura, que neste sábado (14/5), inaugura na Vila Ariri, uma biblioteca comunitária é uma delas.

O nome do espaço é “Biblioteca Luis Phelipe Andrès”, em homenagem ao engenheiro e professor cuja trajetória foi marcada pela dedicação à cultura e patrimônio do Maranhão. A ação faz parte do projeto Cidadania e Leitura que inaugurada a segunda biblioteca comunitária na região. A realização é da Sociedade de Amigos das Bibliotecas do Maranhão (SAB) e o Cidadania e Leitura e conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à cultura, e parceria da Associação Comunitária do Itaqui-Bacanga (ACIB).

Vale lembrar que a Vila Ariri é uma das cinco microrregiões da área chamada de Itaqui-Bacanga, em São Luís – entre elas também: Anjo da Guarda, Vila Maranhão, Vila Bacanga e Vila Embratel, sendo que todas juntas contemplam 60 bairros e uma população estimada em 200.000 habitantes.

Vila Ariri recebe biblioteca comunitária | Créditos: Divulgação

O Projeto Cidadania e Leitura é uma alternativa que a SAB encontrou para facilitar o acesso de comunidades carentes aos bens culturais, especialmente ao livro, visando a formação de leitores críticos e livres diante do mundo“, explica a coordenadora do projeto, Rosa Maria Lima.

A biblioteca recebeu um acervo de mil livros, além do mobiliário, computadores e softwares. A implantação da unidade inclui ainda a realização de oficinas de formação de monitores da comunidade que atuarão nos espaços.

Na fase inicial, a biblioteca desenvolverá atividades de incentivo à leitura, com múltipla programação cultural e oficinas dirigidas a crianças, jovens, professores e pais. As atividades de fomento à leitura serão reforçadas pontualmente com utilização do Carro Biblioteca, ação itinerante da Sociedade de Amigos da Biblioteca.

ERA UMA VEZ…UMA GELADEIRA

“O projeto Geleitura nasceu a partir da vontade de levar livros literários de forma gratuita à comunidade entorno da nossa escola, não somente ao entorno da escola, mas abrindo horizontes para outras comunidades”, explica Kedesyklem Rodrigues. A escola em questão é o Instituto Estadual De Educacao Ciencia E Tecnologia Do Ma – Unidade Plena De Sao Jose De Ribamar. Kedesyklem, faz 3º ano no Iema e participa desde 2021 do Geleitura, outro projeto de incentivo à leitura.

“O que já foi uma geladeira para conservar alimentos,
agora refresca e alimenta o espírito” – Foto: @geleitura

Nos finais de semana, o projeto marca presença na Feirinha de São José de Ribamar e já esteve até em outras cidades, como Itapecuru. “Com a geladeira posicionada na porta, qualquer pessoa pode pegar o livro que quiser, levar, ler e se quiser devolver, mas com o intuito de desburocratizar a leitura que seja de forma livre, espontânea. A ideia é que as pessoas tenham acesso a livros de uma maneira fácil, que a leitura de fato se torne acessível não só na teoria mas na prática, que as pessoas repliquem a leitura , que elas façam que o livro chegue na mão de outras pessoas após ler”, diz empolgado.

Kedesyklem faz o apelo: “O nosso apelo sempre é que esse livro não fique jogado em uma prateleira enchendo de poeira, mas chegue na mão de várias pessoas e assim desfrutem da leitura de forma livre. Então se você tem um livro literário ai parado, doe”, pontua.

Para entrar em contato com o projeto clique em Geleitura.

BIBLIOTECA NA PRAIA

Além de incentivar a leitura, a intenção também é promover
conscientização sobre preservação do manguezal e da praia.
Foto: @bibliotecadocaranguejo.ms

A Biblioteca do Caranguejo nasceu na comunidade da praia do Mangue Seco, localizada no município da Raposa – MA. É incentivo à leitura na beira da praia. Foi uma iniciativa dos moradores, amigos e Cooperativa de Pescadores e Marisqueiras, que idealizaram um lugar onde as crianças pudessem ter vivências com livros e educação de reforço.
De acordo com uma das coordenadoras do projeto, Shamach Pacheco, a biblioteca existe há 7 anos e eles vivem a partir de ações voluntárias. “Vivemos a partir do voluntariado e de projetos. Realizamos oficinas de tambor, crochê, ações sociais, como corte de cabelo e limpeza de pele, além de entrega de cestas básicas”, diz. Ela conta que a intenção também é promover conscientização sobre preservação do manguezal e da praia.
Sobre os livros, Shamach diz que o acervo é de livros infantis e juvenis literários e que quem quiser doar, eles estão recebendo livros literários.
Para saber mais sobre o projeto e doar livros clique aqui.

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