Para lembrar a importância da doação de leite humano, decisiva nos primeiros meses de vida de centenas de bebês, o dia 19 de maio foi instituído como ‘Dia Internacional de Doação de Leite Humano’. A sensibilização pretende incentivar o aleitamento materno e o abastecimento dos bancos de leite estaduais e municipais. Na Rede Estadual de Bancos de Leite no Maranhão, há quatro unidades – duas em São Luís, uma em Caxias e uma em Imperatriz. Eles são responsáveis por abastecer as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal dos hospitais e maternidades de referência e alimentar os bebês prematuros.
No primeiro quadrimestre, o banco de leite da Maternidade Estadual Marly Sarney coletou 302 litros de leites. O banco coleta, pasteuriza e distribui o leite, que, após recolhido, é armazenado em congeladores a uma temperatura de -10ºC. O banco funciona também como um apoio dentro da maternidade para conscientizar as mães sobre a importância do aleitamento materno. Além disso, oferece todo suporte para auxiliar os casos daquelas com dificuldade de realizar as primeiras amamentações.
“Repassamos todas as informações sobre cuidados com as mamas e tudo o que as mães precisam saber sobre o leite materno. Para doação, orientamos sobre as técnicas de retirada, qual a higiene adequada, armazenamento e transporte corretos, além de como é feito o aproveitamento”, explicou Irenildes Costa, enfermeira e coordenadora do Banco de Leite da Maternidade Marly Sarney.
Com o quarto filho de apenas cinco dias nos braços, Daniele Costa, de 28 anos, aproveita para, além de amamentar, fazer a retirada do leite no peito que precisa ser estimulado. Para ela, esse é um momento único e que vale a pena, apesar das dores dos primeiros dias. “Esse é o ato mais lindo de amor. Meus outros filhos mamaram até os dois anos de idade. Sempre deixei até quando eles quisessem, pois entendo a importância do aleitamento. Por isso, também faço a doação, para que os bebês que não tem acesso ao leite possam ter a oportunidade de serem alimentados por esse alimento tão rico”, contou Daniele.
Para se tornar doadora, a mulher precisa estar amamentando exclusivamente no peito, ser saudável e não fazer uso de entorpecentes. A cada coleta é possível tirar em média 200 ml de leite. As doadoras podem entrar em contato com o banco de leite mais próximo para fazer o agendamento de coletas domiciliares ou comparecer aos postos de doação.
Há casos em que a mãe escolhe não doar por ter a concepção que ficará sem leite suficiente para amamentar o bebê. A afirmação é desmistificada pela coordenadora do banco de leite da Maternidade Marly Sarney, Irenildes Costa. “Nós, do banco de leite, fazemos um trabalho de conscientização das mães, desde o momento em que elas dão entrada à maternidade, durante o pré-natal. No caso da doação, é impossível a mulher ficar sem leite, pois quanto mais o seio é esvaziado, mais leite ele produz. Tudo depende do estímulo correto. Certo é que o hormônio prolactina não deixa faltar leite”, garantiu Irenildes Costa.
Pesquisas científicas já comprovaram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de seis milhões de crianças são salvas por ano devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até os seis meses e com reforço alimentar até dois anos de idade.
