Flagrado na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, o doleiro Alberto Yousseff decidiu fazer a delação premiada em troca de uma redução do tempo de punição em caso de condenação. A informação foi repassada à reportagem do R7 nesta terça-feira (23) pelo advogado de Youssef, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O acordo de Youssef com a Justiça deverá ser semelhante ao do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que decidiu colaborar com as investigações do MPF (Ministério Público Federal). Youssef havia contratado Kakay para atuar no processo que corre no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Kakay lamentou a decisão de Yousseff.
— Mal entrei e já saí e porque fui contratado para trabalhar no STJ, o habeas corpus chegou no STJ agora e fui informado hoje que ele quer fazer a delação. Não trabalho com delação. É uma pena. Tenho uma tese belíssima para fazer a defesa.
Segundo Kakay, Youssef “está submetido a condições sub-humanas”, mas avisou que “ele tem o direito de fazer o que ele quiser”. O advogado afirmou que existe “uma subversão do Judiciário”.
— Eles prendem as pessoas durante seis meses, submetem as pessoas a hipóteses sub-humanas de condições na cadeia e a pressão é muito grande. […] Mas eu não trabalho com delação. A partir do momento que ele começar a delação, eu saio do processo.
Condenação
Na última quarta-feira (17), Alberto Youssef foi condenado pela Justiça Federal do Paraná a quatro anos e quatro meses de cadeia por crime de corrupção ativa no Caso Banestado, um escândalo de evasão de divisas que ocorreu na década de 1990.
Youssef foi condenado porque conseguiu, em 1998, um empréstimo fraudulento de US$ 1,5 milhão junto ao Banestado para a Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos Ltda., mediante pagamento de propina de US$ 131 mil ao então diretor de Operações Internacionais da instituição financeira.