Após mais de cincos horas se negando a responder perguntas feitas pelos integrantes da CPI da Petrobras, o ex-diretor da estatal Renato Duque quebrou o silêncio e prestou esclarecimentos à deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sobre a atuação do filho dele, Daniel Tibúrcio Duque, em uma empresa francesa chamada Technip, que atua na área de petróleo em diversos países, e que tem sede também no Brasil.
Em 2011, uma joint-venture entre a empresa francesa e a brasileira Odebrecht venceu um contrato de 1 bilhão de dólares da Petrobras pelo frete e operação de dois navios de instalação de tubulações por cinco anos.
Um ano depois, a Technip ganhou um contrato com a Petrobras num total de US$ 2,1 bilhões, cujo foco seria a construção de 1400 kM de dutos submarinos para escoamento de petróleo na costa do Brasil. O negócio teve a parceria da empresa LLX, do empresário Eike Batista.
Eliziane quis saber se a empresa estrangeira teria algum vínculo com a brasileira UTC, cujo presidente, Ricardo Pessoa, foi preso na operação Lava Jato da Polícia Federal.
“Temos a informação de que seu filho trabalharia na Technip que seria parceira da UTC, do senhor Ricardo Pessoa, executivo que teria relações inclusive com o ex-presidente Lula. Estaria seu filho envolvido neste esquema e correndo o risco de ser preso ou seria ele uma vítima deste emaranhado de corrupção?”, indagou a deputada do PPS.
Na sequência, Duque surpreendeu o plenário da CPI e deu uma resposta que durou 1 minuto e 40 segundos.
“Faço questão de responder esta questão: Primeiramente a Technip não tem nada a ver com a UTC. A Technip é internacional e é muito maior. Meu filho trabalhou em Houston e no Brasil. Ele é economista e foi recrutado com headhunter para trabalhar nos Estados Unidos. Quando ele foi requisitado eu consultei o jurídico da Petrobras e me disseram que não havia nenhum impedimento. Algum tempo ele se retirou para montar o próprio negócio”, afirmou o ex-diretor da Petrobras.
Duque disse ainda que atualmente o filho mora no Brasil.