quinta-feira, 28 de março de 2024

Bebê Ravi ainda aguarda cumprimento de decisão judicial

Foto: Divulgação

A espera tranquila pela chegada do Ravi se transformou em angustia quando foi diagnosticada, antes do nascimento, a cardiopatia congênita, chamada de Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo. O recém-nascido, com 17 dias de vida, precisa urgente de uma cirurgia, e segundo os representantes legais da família, no Maranhão não existe um suporte para um procedimento médico deste nível, nem na rede particular. Por isso foram buscar na justiça o direito pela cirurgia fora do domicílio, no caso do Ravi, a referência é o Hospital do Coração, em São Paulo.

“Nós entramos com esse pedido no plantão judicial no final de semana. Em poucas horas a liminar foi deferida pelo juiz plantonista. Os órgãos, tanto o Estado quanto o Munícipio, foram notificados dessa decisão. Só que, infelizmente, até agora efetivamente nada foi feito”, explica a advogada da família, Will Ferreira.

Os familiares acompanhados da advogada tentam junto as comissões de direito à saúde e direitos humanos da OAB do Maranhão o apoio para cobrar o cumprimento da decisão da justiça que determinou, no dia 2 deste mês, que o Estado do Maranhão e a prefeitura de São Luís procedam a imediata transferência do Ravi e tratamento no HCor.

“Há uma atuação conjunta, entre a Comissão de Direito a Saúde e a Comissão de Direitos Humanos, no sentido de entrar em contato com as autoridades que foram determinadas pela ordem judicial a cumprirem essa medida de transferência imediata do Ravi para o HCor”, relata o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Rafael Silva.

Nós procuramos o Governo do Estado e o secretário de saúde Carlos Lula conversou conosco sobre esse assunto.

“Nós temos um problema grave, que é dos bebês cardiopatas, que a gente não tinha esse serviço no estado. Então todo bebê que tinha cardiopatia, a gente tinha que encaminhar para outro estado da federação. Recentemente a gente abriu a UTI, voltada para esses bebês, então alguns tipos de cardiopatias a gente já consegue tratar aqui no estado e ele não precisa esperar por leito em outro estado. Agora outros tipos, como esse caso, a gente não faz em nenhum hospital, nem público nem privado. O que é possível se fazer, o Estado faz o pedido para outro estado da federação e espera vaga deles pro bebê daqui. Inclusive foi o que o Estado já fez. Não estamos omisso, sem fazer nada, na verdade a gente tem um caso grave, igual o Ravi a gente tem outros dois bebês com o mesmo tipo de cardiopatia congênita”, explicou o secretário

Enquanto isso a família vive se apegando na fé porque cada dia o quadro de saúde piora. O Ravi segue internado na UTI do hospital Universitário Materno Infantil. Sem a cirurgia é como uma contagem regressiva.

“O que a gente pede agora é que se cumpra essa liminar porque já foi determinado que ela seja cumprida de imediato e até então a gente não teve resposta. E cada minuto que passa, ele tá perdendo a vida” diz a tia do Ravi, Priscila Gaspar.

*

 

 

– Publicidade –

Outros destaques