quinta-feira, 18 de abril de 2024

Especialista explica consequências de emprestar o nome para compras

Foto: Reprodução

Estudos confirmam que emprestar o nome para amigos ou conhecidos para fazer compras é considerada uma das principais causas da inadimplência no Brasil. Uma pesquisa divulgada na semana passada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito, revelou que 36% dos consumidores brasileiros fizeram compras utilizando o nome de terceiros no último ano e que 49% das pessoas que pediram o nome emprestado, não emprestariam o próprio nome caso alguém fizesse o mesmo pedido.

De acordo com o levantamento, a prática é utilizada principalmente por quem está com dificuldades de acesso ao crédito ou enfrenta imprevistos e não conta com uma reserva de emergência. Em cada dez pessoas que pediram o nome emprestado para realizar compras parceladas, 30% delas estavam com o limite estourado no cheque especial ou cartão de crédito. Outros 22% não contavam com outras formas de crédito para uso, 18% estavam com o ‘nome sujo’ e 16% tiveram crédito rejeitado.

Entre os que negariam o pedido, 30% têm medo da pessoa não paga e 28% porque conhecem pessoas que emprestaram o nome e tiveram problemas por isso.

Em fevereiro deste ano, Daryane emprestou o cartão de crédito para uma amiga comprar um aparelho de TV e depois ela teve que assumir a dívida.

“Comprei uma televisão para uma amiga, e ela tinha dito que iria fazer a compra eu meu nome e iria me pagando todos os meses o valor da prestação. E ai é claro, amigo pede e a gente não tem como negar. Comprei uma televisão de R$1300 e alguma coisa, parcelei em dez vezes, e ela só pagou as duas primeiras parcelas. As outras quem teve que assumir fui eu”, conta Daryane Caldas, relações públicas.

Quem empresta o nome sempre é o responsável pela dívida feita. Por isso, antes, é preciso refletir sobre as consequências dessa decisão, como explica este especialista em direito do consumidor e direito civil.

“Quem empresta confiando no amigo ou no parente, tem que estar ciente que aquela dívida vai ficar presa ao seu nome e ele que vai ser o responsável por arcar todas as consequências dessa dívida”, explica o advogado Bruno Teixeira.

Emprestar o nome é considerada uma atitude solidária, mas que pode causar prejuízos irreversíveis juridicamente.

“Você pode tentar alguns meios para diminuir os riscos, os prejuízos, você pode fazer um contrato com a pessoa, pegar um cheque para garantir essa dívida, porém fique ciente de que você vai continuar sendo o primeiro responsável pelo pagamento dessa dívida e o primeiro a cumprir sanções em razão dela”, diz o especialista.

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