sábado, 20 de abril de 2024

Estudos científicos indicam o porquê de cães gigantes viverem menos

(Foto: Reprodução)

Estudos recentes indicam que os cães gigantes vivem menos e apresentam um envelhecimento acelerado em comparação com os cães de raças pequenas.

A classificação de uma raça como gigante implica uma combinação de altura e volume, com exceções como a do cão caçador lébrel irlandês, que é mais magro. Todos esses cães são caracterizados por terem um peso superior a 40 kg e uma expectativa de vida média de sete ou oito anos.

Aparentemente, se você observar a duração dos ciclos de vida dos mamíferos, poderá pensar que os cães gigantes deveriam viver mais. Afinal, enquanto a longevidade de baleias e dos elefantes excede os cem anos, um rato mal vive por dois anos.

No entanto, se a análise se concentrar em uma espécie específica de mamífero, uma tendência oposta é obtida: os espécimes pequenos são os que mais vivem.

Os cães gigantes realmente vivem menos?

A partir do fato de que um cão de tamanho médio ter uma expectativa de vida de cerca de 13 anos, um grupo de pesquisadores da Universidade Alemã de Göttingen tentou explicar a baixa média esperada para um mastim ou bulldog alemão.

Envelhecimento precoce dos cães gigantes
(Foto: Reprodução)

Para fazer isso, eles analisaram os dados fornecidos pelos hospitais veterinários, com os quais foram avaliados mais de 56.000 cães de 74 raças diferentes. Suas conclusões, publicadas na revista científica American Naturalist, giravam em torno do envelhecimento acelerado.

Assim, quando um cachorro grande morre com apenas sete anos, não é que ele tenha 00morrido jovem, é que nessa idade ele já havia atingido a velhice.

Além disso, através de um cálculo estatístico, foi encontrado um padrão no efeito da massa corporal na redução da expectativa de vida. Assim, eles afirmaram que, a cada dois quilos a mais de massa, o cão tinha um mês a menos de vida.

No entanto, ao interpretar o estudo alemão, pode-se observar que seus dados são baseados em uma análise observacional, mas não explicam a razão fisiológica para esse envelhecimento. Esse aspecto foi o que o estudo liderado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Trondheim, na Noruega,tentou abordar.

Longevidade a nível cromossômico

A equipe norueguesa, liderada pelo biólogo Thor Harald Ringsby, publicou seus resultados na revista científica Proceedings da Royal Society, com foco no fator genético, no nível cromossômico.

Longevidade dos cromossomos
(Foto: Reprodução)

Especificamente, os pesquisadores analisaram o comprimento dos telômeros dos cães gigantes. Esses telômeros são as partes mais distais dos cromossomos e têm a particularidade de diminuir ao longo do tempo, durante as divisões celulares.

Foi demonstrado que o tamanho dessas regiões é muito pequena em situações de envelhecimento ou doenças como o câncer.

O experimento concluiu que o metabolismo de cães grandes e a sua alta demanda de energia levam a uma rápida divisão celular, com a correspondente deterioração dos telômeros.

Dessa maneira, a primeira indicação de envelhecimento em cães gigantes ocorre a nível celular. Isso acontece porque quando os telômeros atingem um tamanho crítico, as células são prejudicadas por sua capacidade de se dividir e podem até morrer.

Embora a deterioração genética seja determinada naturalmente e ainda não seja possível alterá-la, os donos podem influenciar a longevidade dos cães. A adoção de hábitos de vida saudáveis, comuma boa nutrição, afeto e exercícios, sempre tenderá a melhorar a qualidade e a expectativa de vida do cão.

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