A produção brasileira de etanol bateu recorde em 2015 ao atingir 30 bilhões de litros, crescimento de 6% em relação a 2014. A constatação é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que divulgou, nesta terça-feira (10), o estudo Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis no Brasil 2015.
Conforme o estudo, os principais fatores que levaram a esse recorde foram a boa safra de cana de açúcar e as medidas governamentais que aumentaram a atratividade do etanol, como a elevação do percentual de anidro na gasolina C; o retorno da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) e a elevação do PIS/Cofins para a gasolina A.
A EPE ressalta, em especial, dois pontos: a elevação do percentual de anidro na gasolina C, que passou de 25% para 27%; o aumento do preço de realização da gasolina A, o retorno da Cide e a elevação do PIS/Cofins para a gasolina que, juntos, contribuíram para o aumento do preço da gasolina C ao consumidor final.
O estudo da EPE, empresa responsável pelo planejamento energético do País, ressalta, ainda, que, no ano passado, o País atingiu 660 milhões de toneladas de cana processada. Na avaliação da empresa, no entanto, o açúcar foi o contraponto, já que apresentou nova baixa em sua produção, atingindo 34 milhões de toneladas, redução motivada pelos baixos preços desse produto no mercado internacional.
Etanol hidratado
O relatório da EPE destaca, ainda, o crescimento expressivo de 34% da demanda do etanol hidratado, alcançando 19 bilhões de litros no ano passado, mesmo com a queda de 7% no consumo de gasolina C e de licenciamentos de veículos leves novos, pelo terceiro ano consecutivo.
Outro dado importante para o setor foi a relevante contribuição da bioeletricidade proveniente das usinas do setor sucroenergético, que superou em 18,5% a quantidade injetada no Sistema Interligado Nacional em 2014.
Outro dado divulgado se refere ao biodiesel, cuja produção, em 2015, atingiu 3,9 bilhões de litros do produto, volume 15% superior ao de 2014.