domingo, 22 de junho de 2025

Justiça federal bloqueia R$ 17 mi e pede quebra de sigilo bancário de Ricardo Murad

Ricardo Murad é cunhado da ex-governadora, Roseana Sarney, e seria chefe de um esquema que teria fraudado licitação para construção de hospitais.

 

O ex-secretário e cunhado da ex-governadora do Maranhão teve quase R$ 18 milhões em bens bloqueados pela Justiça Federal. Segundo o juiz José Carlos do Vale Madeira, Ricardo Murad e mais 11 pessoas teriam montado um esquema que fraudou a licitação para a construção de hospitais no Maranhão.

 

Na decisão, o magistrado explica que quando o processo licitatório foi finalizado, os serviços que ainda deveriam ser contratados já tinham sido executados ou já estavam sendo feitos pela Proenge Engenharia. A empresa foi procurada pela reportagem, mas não atendeu às ligações, nem respondeu aos e-mails enviados.

 

A ação de improbidade foi proposta pelo Estado. A investigação da Secretaria de Transparência e Controle apurou que o edital de Concorrência Pública nº 007/2009 não teria discriminado o custo de cada serviço licitado, que teria sido realizado por estimativa; e que a Proenge teria recebido mais de R$ 3,6 milhões pelos serviços de elaboração de projetos básicos e executivos que já teriam sido realizados e pagos anteriormente.

 

CPI na Assembleia Legislativa

 

As denúncias de irregularidades na Secretaria de Saúde do Maranhão durante os anos de 2009 a 2013 fizeram com que o parlamento estadual aprovasse a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar a construção de unidades de saúde no Estado.

 

Nesses quatro anos, Ricardo Murad, comandou a pasta e foi o responsável pelo que chamou de “programa revolucionário”. Foi anunciada a construção de 64 hospitais, no entanto, menos de um ano depois de sua saída do cargo, pelo menos duas dezenas tiveram as obras abandonadas ou paralisadas. Os deputados maranhenses querem saber o que foi feito com dinheiro e a forma como foram realizadas as licitações.

 

Em razão das irregularidades, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o repasse ao programa.

 

Por meio de uma postagem numa rede social, Ricardo Murad disse que o levantamento da Secretaria de Transparência estaria levando o juiz ao erro.  José Carlos do Vale Madeira é o mesmo juiz quem autorizou a ação da Polícia Federal no escritório do irmão de Roseana, Jorge Murad, em 2002. No episódio, agentes encontraram R$ 1,3 milhões em notas de R$ 50 na empresa Lunus.

 

Veja, a seguir, a íntegra do posicionamento de Murad, e mais adiante a reportagem da TV Guará:

 

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