domingo, 8 de setembro de 2024

Guilherme Karan morre no Rio de Janeiro

O ator Guilherme Karan morreu na manhã desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada ao R7 por familiares do ator, que sofria com a síndrome degenerativa de Machado-Joseph.

O artista tinha 58 anos e estava internado há dois no Hospital Naval Marcílio Dias, na zona norte do Rio de Janeiro.

A doença apresenta um quadro progressivo de incoordenação e não tem cura. Debilitado e ainda jovem, o ator preferiu não receber visitas e foi cuidado pelo pai, Alfredo Karan, almirante e Ministro da Marinha durante a Ditadura Militar. Ele estava sem conseguir andar, falar nem se alimentar pela boca.

A mãe e dois irmãos do artista também morreram por conta da doença, que começou a se manifestar em Karan no início dos anos 2000.

Carioca, nascido em 8 de outubro de 1957, Guilherme Karan se destacou por fazer parte do grupo ousado e pioneiro do TV Pirata, que inovou na forma de fazer humor na televisão. Um de seus personagens mais marcantes era o machão Zeca Bordoada, que detestava frescuras. Trabalhou com artistas como Ney Latorraca, Diogo Vilela, Cristina Pereira e Luiz Fernando Guimarães.

Sua primeira novela foi Partido Alto (1984) e fez parte do elenco de grandes folhetins como Dona Beija, Meu Bem, Meu Mal, Explode Coração, Pecado Capital e O Clone. Sua última novela foi América, exibida em 2005.

Também fez sua história no cinema. O primeiro trabalho nas telonas foi em 1982, em Luz del Fuego, que tinha Lucélia Santos no papel que dava nome ao longa. As novas gerações conhecem o artista por sua participação no filme infantil Super Xuxa Contra o Baixo Astral (1988), em que interpretava o vilão da trama.

Há dez anos, a doença tirou o ator de cena. Em entrevista ao R7 em junho do ano passado, o pai de Guilherme Karan falou sobre o drama do filho.

— O caso é muito triste. Guilherme está com uma doença que só progride e, até o momento, não tem cura. Ele não fala, não anda e perdeu a capacidade de comer pela boca, pois não consegue deglutir os alimentos. Ele correria risco de engasgar e morrer. A doença já matou dois filhos meus. Guilherme e a irmã estão sofrendo. Minha filha está na casa dela. Ela não precisou ficar internada. Está com toda a assistência possível. Apesar da doença, ela é uma moça que vive sorrindo, mesmo numa cadeira de rodas. Ela está menos mal que o Guilherme.

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