quarta-feira, 24 de abril de 2024

Imortal, Félix Alberto Lima fala sobre seu o lançamento do seu livro de poesias

Foto: divulgação

O jornalista e imortal Félix Alberto Lima, ocupante da cadeira de número 25 da Academia Maranhense de Letras, lança sua nova obra na próxima quinta-feira (25), no São Luís Shopping, a partir das 19h no espaço AMEI. “Filarmônica para fones de Ouvido” que reúne poemas, com uma forma de dizer diferente. Ele foi entrevistado, no Jornal da Guará da última terça-feira (23) pelo apresentador Hugo Reis. No bate papo, Félix falou da transição que fez da prosa para poesia e do seu olhar para escrever poeticamente.

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Hugo Reis: “Filarmônica para fones de Ouvido” reúne poemas, com uma forma de dizer diferente. E que forma seria essa, Felix Alberto Lima?

Félix Alberto Lima: Pois é. Nessa quinta-feira lanço mais um livro que é o “Filarmônica para fones de Ouvido”. É um livro mais leve, mais solto, um livro de poemas. Ele reúne oitenta poemas. São poemas construídos ao longo dos últimos doze meses. É uma forma de fazer poema diferente, de uma maneira mais livre, mais solta mesmo. Não há uma escola de poesia definida. Não há uma métrica definida. Então, é um poema mais livre.

E essa liberdade de poder criar dá uma sensação mais prazerosa na construção de um poema?

Sempre dá. Poesia em si já é uma coisa livre. Você tem essa possibilidade de, como se diz na linguagem popular, de deitar e rolar com a poesia. E minha poesia vem muito disso. Vem da minha prosa que eu escrevia antes, crônicas e tudo. E eu sempre escrevi crônicas de uma forma mais solta, mais leve. A crônica é uma derivação do jornalismo, mas que se aproxima muito mais da literatura. Então, a minha crônica já tinha, é como se tivesse, um pé na poesia. E aí, ao longo do tempo, eu fui desenvolvendo essa técnica, digamos assim, até desaguar na poesia.

Essa é a segunda obra?

É a segunda obra. Isso que eu estava falando. O meu primeiro livro de poesias saiu em 2015, por essa editora que é a “Sete letras”. É uma editora do Rio. E, foi exatamente esse processo de a prosa flertar com a poesia. E aí, depois do primeiro livro, vieram outros poemas e eu fui construindo isso até desaguar nesse “Filarmônica para fones de Ouvido” que é, como digo aí no começo, escrito de uma forma diferente porque ele está muito próximo de uma certa musicalidade. Por essa liberdade que tem na escrita, na feitura do poema, ele está bem próximo, tem uma certa musicalidade. Por isso que o título é esse “Filarmônica para fones de Ouvido”

Em tempos tão turbulentos, seja na política, seja na vida social, de tanto trabalho, de tanto a gente perder tempo com tanta coisa, você ainda consegue fazer esse planejamento, separar seus horários de trabalho e poder se dedicar também a produção literária?

Escrever é uma coisa muito prazerosa. E a gente tem que conciliar o dia a dia e as coisas que a gente faz no cotidiano, exatamente com algo que também dá prazer. E a escrita é isso e a poesia mais ainda. Porque a poesia é uma percepção do cotidiano. É o teu olhar sobre determinadas coisas que, às vezes, o olho nu do cidadão não consegue captar. E aí o olhar, acho que do poeta, ele tem essa perspicácia de enxergar coisas, enxergar até o cheiro das coisas. Então, isso que é o bacana da poesia. De ter essa liberdade, de ter essa percepção de olhar as coisas que estão ao redor.

Bom, esses poemas eles têm uma linha? Tem um por quê? Partiu de um ponto? Ele centraliza ali ou ele é bem amplo, bem vasto?

Esse livro, ele tem uma certa harmonia. Ele é dividido em dez capítulos e cada capítulo tem um título. E ele segue um certo roteiro, mas não é uma coisa muito amarrada. Tem poemas que falam de São Luís, que falam do mar, que falam de uma certa memória afetiva e aflitiva. Tem poemas que falam de pessoas, como Nauro Machado, como Ferreira Gullar, como uma quebradeira de coco chamada Querumbina e por aí vai. Então, ele tem uma certa identidade por ter essa coisa da musicalidade, que é um pouco presente aqui no livro.

A nossa produção literária, como é que você tem avaliado? Você é parte integrante da nossa Academia Maranhense de Letras, que merece todas as honrarias possíveis. A gente tem o espaço da Livraria Amei que é fantástico, que reúne ali obras literárias. Ainda é pouco? A produção literária precisa de um espaço maior?

Veja bem. A produção literária hoje, acho que cada vez mais vem crescendo aqui no Maranhão, apesar das limitações. Que fazer livro não é uma cosa barata e nem todo mundo pode contar com isso e os incentivos não são muito atrativos. Mas, eu acho que ainda assim, a produção literária vem aumentando cada vez mais. Tanto é que se você for pegar a agenda da Amei, que é a livraria onde vai ser lançado na quinta-feira esse livro, em praticamente todos os dias do ano você vai ter um lançamento de um livro diferente. E a poesia está lá no meio também. Então, eu acho que a coisa está crescendo, a literatura, a produção literária vem cada vez mais crescendo aqui no Maranhão.

E isso que parte dentro de casa, dentro do cotidiano, do convívio de pais. A família precisa está incluída e envolvida?

É importante. O papel da educação isso é fundamental. Claro que a escola tem esse papel de formar, de desenvolver, de criar uma cultura de leitura mesmo nas escolas. Mas, dentro de casa isso é fundamental. Acho que os pais tem essa importância, que eu acho que é determinante em colocar os filhos próximos dos livros, colocar livros nas mãos dos filhos. Ler junto. Isso é fundamental para exatamente ampliar esse espaço de produção literária e de leitura também. Porque não adianta também você ter uma larga produção literária no estado, se não tem um estado que leia, se as pessoas não leem. Então, eu acho que isso é fundamental: ter essa cultura também da leitura.

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https://youtu.be/EdJhmZ2p0pA

 

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