O juiz Marcelo Testa Baldochi, suspeito de ter cometido abuso de poder ao dar voz de prisão a três funcionários de uma companhia aérea, deu, nesta terça-feira (16), seu primeiro depoimento à Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do Maranhão. Para o corregedor substituto Antônio Bayma o magistrado cometeu excesso. A comissão da CGJ-MA retorna nesta quarta-feira (17) a São Luís.
“Está claro que houve abuso de poder”. A afirmação é do desembargador Antônio Bayma Araújo, responsável por comandar a apuração dos fatos envolvendo o juiz Marcelo Baldochi, titular da comarca de Senador la Rocque, e três funcionários da TAM. O magistrado deu voz de prisão aos atendentes depois de ter sido proibido de embarcar após o horário programado para o check in no sábado, dia 6.
Os funcionários da companhia foram os primeiros a serem ouvidos. No total, cinco funcionários prestaram depoimento à comissão composta ainda por dois juízes corregedores, sendo três que tiveram as prisões pedidas pelo magistrado e dois como testemunhas. A Polícia Civil também participa das investigações e analisou as imagens do circuito interno de TV do aeroporto de Imperatriz.
Inicialmente, a corregedoria afirmou, por meio de sua assessoria, que o prazo para apuração seria de 30 dias prorrogáveis por mais 30. No entanto, um desfecho para o episódio é esperado em até 20 dias.
Em carta publicada em redes sociais, Marcelo Baldochi se comparou a um gari ao afirmar que “numa democracia um juiz ou gari, como consumidores, têm o direito a ser tratado com dignidade”. Baldochi afirma ainda que a TAM praticou overbooking – quando são vendidas mais passagens do que assentos”.