sábado, 20 de abril de 2024

Mães em quarentena: 79% relatam sintomas de ansiedade

Foto: Reprodução

Para as mães, a quarentena consiste em desafios, tais como conciliar vida profissional, maternidade e afazeres domésticos, sem se esquecer da saúde mental. Segundo pesquisa conduzida pela Catho com cerca de 7 mil respondentes, 60% das mulheres afirmam sentirem os impactos do isolamento social na sua saúde emocional, com destaque para a ansiedade, apontada por 79%.

Para Tábitha Laurino, gerente sênior da Catho, conciliar funções de mãe e profissional sempre foi o desafio de muitas mulheres. Hoje, com o atual cenário atípico – filhos estudando em casa juntamente com o trabalho remoto das mães, por exemplo – administrar essas atribuições acaba refletindo na saúde mental feminina, já que antes era possível programar e dividir o dia, o que não acontece atualmente.

De acordo o levantamento, dentre as maiores dificuldades do trabalho remoto das mães em quarentena estão: conciliar isolamento social e saúde mental (42,5%), conciliar trabalho, tarefas domésticas e filhos (40,5%), falta de espaço adequado para trabalhar (23%) e falta de concentração para as atividades profissionais
(23%).

“Equilibrar atividades como limpeza de casa, alimentação, trabalho remoto, tempo com a família e, às vezes, ensino à distância dos filhos, já que muitas escolas adotaram o método de aulas on-line, é uma tarefa e tanto para as mães de quarentena”, explica a profissional.

Ela sugere que é necessário definir algumas estratégias de convivência que auxiliem nesse processo, como propor divisão das tarefas com as pessoas da casa, promover uma lista de entretenimento para os filhos e até separar alguns momentos de atividade em família.

A pesquisa também mostra outros fatores causados pela quarentena: estresse (49,5%), cansaço mental (48%), desmotivação (44,5%), perda de sono (44,5%), tristeza (43%), solidão (17,5%) e depressão (14%).

Mesmo com a carga maior direcionada para as mulheres em home office,
cerca de 58% delas têm conseguido ter mais tempo para realizar outras atividades além do trabalho, entre os homens esse número é de 71%.

“Uma rápida leitura dos dados mostra as dificuldades das mulheres, mas também que é possível se organizar e delegar funções para ter mais autonomia. Para as mães que ainda não conseguiram achar a fórmula certa, já que cada uma tem seu ritmo, o ideal é não se cobrar demais, afinal, é um momento de grande desafio e todos estão se organizando para achar o melhor formato para as suas rotinas. O importante é procurar satisfação nas pequenas coisas do dia a dia, incluindo a própria família”, aconselha Laurino.

Maternidade e mercado de trabalho

Ainda de acordo com o levantamento, 36,5% das mulheres já deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. Entre os homens esse número é quatro vezes menor, atingindo 9%. O estudo ainda revela que o período de pausa é maior entre as mulheres: cerca de 27% param suas atividades profissionais por um ano, entre
os homens esse período de paralisação é de cerca de 18% dos casos.

Ainda que com poucos avanços, foi observado um participação maior dos pais no período de nascimento dos bebês. O levantamento identificou que  67%
dos pais aderem ao sistema de licença-paternidade, voltando quase que imediatamente – de acordo com 97% dos respondentes – para o mercado de trabalho após esse período.

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