Uma pessoa é suspeita de compra de votos nas Eleições 2014. De acordo com informações, a PM deu voz de prisão, na madrugada deste domingo (5), a Herlon Costa, que é marido da prefeita de Urbano Santos, Iracema Vale, supostamente comprando votos para os candidatos Paulo Neto, Hildo Rocha e Lobão Filho, no município de Belágua. Segundo informações, após receber voz de prisão, Herlon foi conduzido para a delegacia de Urbano Santos, mas não ficou preso, pois não estava comprando votos.
Em seu poder os policiais encontraram a quantia de R$ 60 mil, dinheiro que seria usado no pagamento das pessoas que estavam trabalhando no comitê que ele era coordenador. O promotor do município de Urbano Santos, Cristian Gonzales, acompanhou todo o procedimento contra o esposo da prefeita na delegacia.
A prefeita Iracema Vale se pronunciou através de nota, confira:
URBANO SANTOS MERECE RESPEITO
Mais uma vez Urbano Santos/MA é alvo de uma rede odiosa de mentiras. Desta vez me fazem graves acusações sem provas e sem qualquer razão de existir.
Confio na Justiça do Maranhão e do meu país e irei nas instâncias competentes para reparar minha honra e comprovar que fui vítima de graves abusos.
Desafio a quem quer que seja a provar uma vírgula do que tem sido espalhado contra a minha pessoa na vil tentativa de atingir a mim e minha família.
Peço aos homens e mulheres de bem que reflitam e confiem na verdade!
Urbano Santos/MA, 05 de outubro de 2014.
Herlon Costa
Professor e Militante Social
PF prende duas pessoas
Além do registro em Belágua, a Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste domingo (5), duas pessoas suspeitas de crime eleitoral. Com eles foram encontrados materiais de divulgação e cerca de R$ 3 mil em dinheiro. Segundo a PF as duas pessoas irão responder por crime eleitoral.
Boca de urna é crime eleitoral
Prática ainda presente nas eleições, a propaganda de boca de urna é considerada crime pela legislação eleitoral. Na boca de urna, candidatos e partidos tentam ganhar nos últimos minutos o voto do eleitor com ações como a distribuição de panfletos e o convencimento de pessoas próximo aos locais de votação. Na avaliação do cientista político da Universidade de Brasília, Wellington Almeida, a prática pode ter influência na decisão de alguns eleitores, mas com peso menor para os cargos majoritários que são presidente, governador e senador.
“Acho que [isso] influencia, especialmente na [eleição] proporcional. As pessoas às vezes têm simpatia por um partido, uma corrente, mas não têm o número de um candidato com mais visibilidade e tem alguém ali fazendo divulgação. No meu modo de ver, não muda muito principalmente na eleição majoritária em que os candidatos são mais conhecidos, tem mais exposição na televisão”, avalia Wellington Almeida. O sistema de eleição proporcional serve para a escolha de cargos de deputado federal, estadual, distrital (DF) e vereador.
De acordo com a Lei das Eleições (nº 9.504/97), o recrutamento de eleitores ou a propaganda de boca de urna pode resultar em seis meses a um ano de detenção, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa que pode variar de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50.
Mesmo com as penalidades previstas, eleitores relatam ver cabos eleitorais em busca de votos próximo às zonas eleitorais. A dona de casa Ana Elcaney, 36 anos, diz que já viu distribuição de panfletos próximo a locais de votação, no Distrito Federal, e acredita que a abordagem pode ter influência no voto daqueles que não estejam bem informados sobre as propostas dos candidatos. “Acho que as pessoas mais desinformadas podem ser influenciadas por quem está ali falando, entregando papel, as pessoas mais informadas não; já têm seu candidato, já sabem em quem votar”, diz.
A estudante Laena Martins, de 21 anos, classifica de falta de ética a tentativa de mudar ou conquistar o voto do eleitor por meio de uma prática proibida por lei. “O político que deixa ser feito boca de urna em seu favor não tem boas intenções. Ele tinha que mostrar as propostas dele e conquistar o voto antes. Não apoio [isso]. Acho uma falta de ética.”
A fiscalização para os crimes eleitorais não é tarefa fácil, na avaliação do cientista político Wellington Almeida. “É difícil coibir porque tem a boca de urna ostensiva, já alguns candidatos, na noite anterior, espalham panfletos perto do local de votação.”
Há estados que buscam ações para reforçar a fiscalização contra os crimes eleitorais. Em Porto Alegre, neste pleito, o governo vai usar câmeras de monitoramento do Centro Integrado de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Servidores da Justiça Eleitoral junto com a Brigada Militar acompanharão pelos monitores as movimentações do dia.
De acordo com a Lei das Eleições é permitido ao eleitor manifestar sua preferência, individual e silenciosa, por candidato, partido político e coligação, por meio de bandeiras, broches e adesivos no momento em que for votar.