quarta-feira, 24 de abril de 2024

Município vai ser investigado por morte de paciente após o parto

mapa do maranhão

O Ministério Público do Maranhão instaurou nesta terça-feira (21), procedimento para apurar eventual crime e outras irregularidades ocorridas no Hospital Municipal Maternidade Nossa Senhora da Assunção, em Cedral, durante o atendimento prestado à jovem Lídia Souza Moreira Veloso, 23 anos. A mulher  morreu, no último dia 11 de agosto, algumas horas depois do nascimento do filho.

Para a família de Lídia, a ausência de suporte médico adequado para realizar a cirurgia e adotar as providências necessárias, bem como a demora no encaminhamento para o Hospital de Cururupu, com melhores condições, contribuíram para a morte de Lídia Souza Moreira Veloso.

Titular da Promotoria de Cedral, o promotor de justiça Thiago de Oliveira Costa Pires expediu ofício à Delegacia de Cedral e à Delegacia Regional de Pinheiro, para requisitar a instauração de inquérito policial.

Também encaminhou expedientes para a Secretaria de Estado da Saúde, Regional de Saúde de Cururupu e Pinheiro e Vigilância Sanitária Estadual, com o pedido de providências para que sejam sanadas irregularidades identificadas no hospital em vistoria feita no último dia 16.

Em todos os ofícios expedidos foram anexadas cópias do relatório da vistoria e do depoimento prestado pelo viúvo da vítima, o pescador Izaias Pereira Velozo.

De acordo com o promotor de justiça, ainda como parte do procedimento, foram enviados ofícios à Secretaria de Saúde de Cedral e à direção do Hospital Maternidade Nossa Senhora da Assunção para que seja apresentado no prazo de cinco dias, o prontuário médico do atendimento prestado a Lídia Souza Moreira Veloso no dia 11 de agosto, bem como as informações dos profissionais que atenderam a paciente sobre os motivos que levaram ao óbito.

A mesma solicitação foi encaminhada para o Hospital de Mirinzal. A paciente, quando estava sendo levada para o Hospital Regional de Cururupu, em decorrência do agravamento da situação pós-parto, piorou mais ainda no caminho. Então, os técnicos de saúde que a acompanhavam na ambulância resolveram levá-la para o Hospital de Mirinzal na tentativa de reanimá-la, o que acabou não sendo possível.

O fato causou grande comoção na cidade de Cedral e ganhou repercussão. Após ouvir o depoimento do viúvo, nesta terça-feira, a Promotoria de Justiça de Cedral instaurou o Procedimento Investigatório Criminal.

Os fatos

Conforme o depoimento prestado ao Ministério Público por Izaias Pereira Velozo, marido de Lídia, informou a sequencia dos fatos ocorridos.

Segundo ele, no dia 11, por volta das 7h45 da manhã, a gestante deu entrada no Hospital municipal Nossa Senhora da Assunção em Cedral para realizar o parto de seu filho. Às 12h20 a criança nasceu. Porém, a mãe continuou na sala de parto para estancar uma suposta hemorragia.

Uma hora após o parto, aproximadamente às 13h40, a enfermeira deu os pontos necessários e encaminhou a paciente para o leito. Mesmo no leito, a paciente continuava sangrando, motivo pelo qual, por volta das 15h, a paciente retornou para a sala do parto.  Após uma queda brusca na pressão, às 16h, o médico do hospital foi acionado. Ao examinar a paciente, fez o encaminhamento imediato para o Hospital Regional de Cururupu.

Entretanto, no trecho entre Cedral e Mirinzal, o técnico de saúde que acompanhava a paciente na ambulância decidiu levá-la ao Hospital de Mirinzal, na tentativa de reanimá-la, mas não obteve êxito. E a paciente veio a óbito.

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