O Governo do Estado reuniu, nesta segunda-feira (19), secretários de saúde, coordenadores e técnicos das secretarias municipais para planejar as ações da V Campanha Nacional de Hanseníase, Geohelmintíase (verminoses), Tracoma e Esquistossomose. A campanha, que será realizada de março a junho, favorecerá o diagnóstico precoce e o tratamento imediato das doenças. A perspectiva é que sejam atendidas 906 mil crianças em 190 municípios.
A campanha é voltada para estudantes de 5 a 14 anos de idade matriculados no ensino fundamental e vai ser realizada em escolas públicas municipais e estaduais de 190 municípios maranhenses, apontados com elevado risco de adoecimento para essas doenças ou que aderiram ao chamamento.
Para preparar os municípios que aderiram à campanha na realização das atividades, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reuniu os profissionais de saúde e gestores e discutirá os detalhes e estratégias da campanha. O encontro se estende até a terça-feira (20). A novidade para 2018 é a inclusão do combate à Esquistossomose.
“São doenças consideradas negligenciadas e com grande carga de morbidade na população. A importância está em fazer a busca ativa dos casos, principalmente de hanseníase, e assim reduzir a cadeia de transmissão”, explicou a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Maria das Graças Lírio.
Campanha
Durante a Campanha, será realizada busca ativa de casos novos de hanseníase e exame dos contatos, profilaxia para as geohelmintíases (verminoses), exames para detecção e tratamento dos casos de tracoma em estudantes e dos contatos domiciliares, além de exame parasitológico de fezes para esquistossomose, tratamento dos escolares e se indicado tratamento dos conviventes ou coletivo.
A campanha funcionará com palestras nas escolas para familiares, professores e crianças. Uma ficha chamada de autoimagem será entregue para preenchimento após exame da criança pelo responsável, detectada alguma mancha, a criança será encaminhada para um posto para avaliação.
A chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Léa Márcia Melo da Costa explica que a “A incidência da hanseníase em menores de 15 anos no estado ainda é muito elevada. Somos um estado hiperendêmico. Quando uma criança tem a doença, seguramente tem um adulto próximo doente. Então, fazemos a vigilância de todos os contatos desta criança. A ideia é quebrar a cadeia de transmissão”.
Sobre as Doenças
Hanseníase – Doença crônica, transmissível, tem preferência pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas. A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado. A doença tem cura e o tratamento é gratuito e ofertado pelo SUS em unidade de saúde do país.
Geohelmintíase – Grupo de doenças intestinais causadas por parasitas que necessitam passar pelo menos uma etapa de seu ciclo vital no ambiente externo do corpo do hospedeiro, o que acarreta a contaminação do solo, água e alimentos com os ovos destes parasitas.
Tracoma – Doença inflamatória dos olhos, que ocorre principalmente em crianças. Em muitos casos a doença pode não apresentar sintomas, mas é importante ficar atento aos olhos se estiverem vermelhos e irritados, lacrimejantes e com secreção, coçando, com sensação de areia e intolerância à luz.
Esquistossomose – No Brasil, a Esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”. Na fase aguda, o paciente pode apresentar febre, dor na cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarreia.
Com informações da SES