A avó materna de Bernardo Boldrini, Jussara Uglione, ficou muito abalada depois da divulgação de um vídeo recuperado do celular do pai da criança, o médico Leandro Boldrini, que mostra uma discussão entre o menino e a madrasta dele, Graciele Ugulini. Segundo o advogado de Jussara, Marlon Adriano Balbon Taborda, ela não consegue esquecer os gritos desesperados do neto.
— Ela ficou bastante abalada. Ela me falou: “O menino pedia socorro e o grito de socorro dele não foi ouvido”. E parece que ela escuta esse grito, ela ficou com esse grito na cabeça.
Taborda vai usar a gravação para pedir a reabertura do inquérito policial da morte da mãe do menino, Odilaine Uglione, em 2010. Na época, a investigação concluiu que Odilaine se suicidou no consultório do marido. No vídeo, Graciele ameaça Bernardo dizendo que ele vai ter o mesmo fim da mãe.
— Porque há uma confissão. É fácil de se perceber que em determinado momento a madrasta diz: “Teu fim vai ser igual da tua mãe”. E ela dizendo isso, ela corrobora o argumento de que a Odilaine foi morta porque o Bernardo foi morto. Ele foi vítima de um homicídio.
Esta é a segunda vez que o advogado solicita que o caso da mãe de Bernardo seja desarquivado. No dia 28 de julho, o pedido foi negado pelo juiz Marcos Luís Agostini, da Comarca de Três Passos. Taborda pretende dar entrada nesse novo processo nos próximos 15 dias.
Desde que o corpo do menino foi encontrado em 14 de abril, a avó de Bernardo já foi internada duas vezes no hospital por problemas cardíacos.
O crime
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, no interior do Rio Grande do Sul. À tarde, o menino teria ido a Frederico Westphalen com a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, comprar uma televisão. Quando voltou a Três Passos, a criança teria dito que passaria o fim de semana na casa de um amigo e não foi mais vista.
O corpo da criança foi encontrado dez dias depois em um matagal de Frederico Westphalen, cidade a 80 km de Três Passos. O cadáver estava nu dentro de um saco enterrado em uma propriedade rural.
No mesmo dia, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira, Graciele Boldrini, e a amiga, a assistente social, Edelvânia Wirganovicz, foram presos preventivamente suspeitos de participação no crime. Foi Edelvânia quem indicou onde estava o corpo da criança. Ela também contou à polícia que Graciele dopou o menino e depois aplicou uma injeção letal. O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganoviz, foi preso quase um mês depois acusado de ajudar na ocultação do cadáver.
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