sábado, 20 de abril de 2024

O impacto psicológico do isolamento social

Somos por natureza seres sociais e necessitamos de constante contato e interação com nossos semelhantes. Porém, devido a pandemia do coronavírus (covid-19), as orientações do atual momento contrariam a sociabilidade, pois recomendam o isolamento social e que sejam evitadas as aglomerações, ambientes fechados com outras pessoas, cinema, teatro etc. É inoportuno o contato direto com outras pessoas, com apertos de mão, abraços e logicamente beijinhos.

Para prevenir a disseminação da doença, tanto a Organização Mundial da Saúde como o Ministério da Saúde, apelam para que fiquemos confinados em casa, convivendo somente com as pessoas que nela habitam, e somente sair em situações imprescindíveis. Nada de visitar a vovó ou outro idoso, como também as demais pessoas que integram o grupo de risco (os mais vulneráveis). Na verdade, as visitas de um modo geral não são recomendadas.

O isolamento social foi a primeira medida adotada quando da ocorrência do covid-19 em nosso país. Assim as aulas foram suspensas, os shoppings deixaram de funcionar,  o comércio fechou as portas, as empresas paralisaram suas atividades, os restaurantes funcionam apenas com o sistema de entrega, não há academia aberta, nem prática esportiva em grupos etc.

Não se vai tratar aqui dos efeitos nocivos ao setor econômico, mas, sim, alertar para os danos psicológico que estamos passando e sua relação com a reclusão domiciliar. É motivo para bastante preocupação, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo, sendo 18,6 milhões de brasileiros, o que equivale a 9,3% da população, que convive com o transtorno; os dados são de 2019.

Toda essa situação de pandemia, quarentena, excesso de informações, fake news etc tem causado um pânico na população e consequentemente aumentando os níveis de ansiedade. É assim com o empreendedor que fica apavorado com as obrigações a vencer e a falta de recursos diante da suspensão de suas atividades. É assim com o grupo vulnerável que imagina que a doença poderá surgir a qualquer momento a sua porta levando sua vida. É assim com os médicos, com os profissionais da saúde, com os mandatários e funcionários públicos que suportam grande carga de responsabilidade sobre seus ombros. É assim com todo mundo, cada um com sua carga e preocupação e internalização dos problemas.

Estudos realizados em experiências epidêmicas anteriores indicam efeitos psicológicos negativos durante e após os tempos de crise, como, por exemplo, sintomas de estresse pós-traumático, depressivos, tristeza, abuso de álcool e drogas, estado confusional e irritabilidade.

Notou-se entre profissionais de saúde maior probabilidade de exaustão, distanciamento social, ansiedade, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, indecisão, prejuízo na performance ou relutância ao trabalho. Pouquíssimos estudos mostraram pessoas em quarentena com sentimentos positivos como felicidade, alívio e proteção.

Manter a saúde mental é imprescindível neste momento de crise.

O fato é que todos nós sairemos perdendo alguma coisa. Uns mais, outros menos. Ninguém está isento. Portanto, devemos nos proteger, prevenir e cuidar da nossa saúde mental em tempos de tantas incertezas, tentando ao máximo reduzir os sintomas da ansiedade.

Sendo assim, podemos listar uma sequência de atitudes que podem ajudar nesse momento:

  • Evite o bombardeio de informações, procure fontes oficiais e seguras, refugando a mídia sensacionalista e as “fake news”;
  • Estabeleça uma rotina, tenha horário para acordar, para tomar café, para leitura, para o trabalho etc. Se estiver em “home office”, ficar de pijama o dia inteiro não contribui para a produtividade, todavia, por outro lado, não trabalhe mais que o devido só porque está em “home office”;
  • Fuja do sedentarismo, cuide do corpo e da mente. Faça exercícios físicos e, mesmo com a academia fechada, existem inúmeros treinos on-line e gratuitos que podem ajudar;
  • Aproveite para fazer aquele curso on line que antes não tinha tempo. Há inúmeros cursos que estão sendo disponibilizados gratuitamente neste período.
  • Esse é o momento de preparar aquela receita que estava guardada e que você não ousou fazer;
  • Utilize a tecnologia para se aproximar das pessoas. Faça aquela chamada de vídeo para a vovó, já que não está podendo visitá-la, ou para aquele amigo que está morando fora;
  • Faça terapia on line. Há plataformas que contam com diversos psicólogos disponíveis para atendimento de forma remota;
  • Invista em seu hobby, é hora de desenhar, pintar, escrever, cantar etc;
  • Pratique meditação. Existem aplicativos com meditações guiadas que poderão ser úteis e ajudam a reduzir os níveis de ansiedade e estresse;
  • Leia aquele livro que há tempos desejava e que ficou para depois;
  • Para os pais com filhos pequenos nada melhor do que tirar esse momento para passa um tempo dando atenção ao seu filho, com atividades que possam fazer juntos;
  • Pratique empatia, telefone para vizinhos ou membros da comunidade que possam precisar de assistência extra;
  • E o mais importante: encontre uma forma de ser otimista e propague ideias de otimismo.

Para superarmos tudo isso é preciso que é lutemos juntos, pensando uns nos outros, além de nós mesmos, tendo a certeza de que não estamos sozinhos e mais do que nunca, estamos todos no mesmo barco, somos todos iguais.

Juntos conseguiremos

Por Luiza Carvalho,
Membro da Sociedade Brasileira de Toxina Botulínica e Implantes Faciais
Cirurgiã-Dentista / Endodontista
Cro-ma 3129
Instagram: @luizacarvalho
e-mail: luiza_scarvalho@hotmail.com
whats app: 98-984058874

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