quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

O ponto do doce

O governador Flávio Dino voltou das férias resoluto. Encostou-se no fogão e partiu pra alquimia. Pra dar o ponto do doce tem que mexer. Tem outras coisas que quanto mais se mexe, pior fica. Assim como há outras que se não mexer, queima.

O líder tem que interferir. Mudar é bom. Dói, causa desconforto, mas quando a poeira assenta tudo flui como pasto novo. Mudar também é necessário, inclusive para o equilíbrio de forças. Lembrando o humor dos anos 80 do “quem tem põe, quem não tem tira”.

Quem sai, quem fica, quem perdeu ou ganhou, independente de pra onde vai, é questão de interpretação. Toda definição é uma vitória; é a abertura de um novo front de lutas, seja no Oiapoque ou no Chuí. Do alto dos mirantes é possível verificar o rumo que as coisas tomam; só é preciso ter olhos de ver, mas sempre com cuidado pra não entrar cisco.

O governo é um corpo equilibrado, nota-se. O conflito administrado não é desequilíbrio. O todo e a parte. As partes perante si mesmas, perante as outras partes e todas perante o todo. Gullar deu aquele petardo: “Traduzir-se uma parte na outra parte… será arte?”. Ainda que seja a arte da economia, ou da adaptação (o que os cientistas dizem ser o pulo-do-gato das espécies vitoriosas). Arte do equilíbrio do orçamento, uma vez que o governador diz que as mudanças nas secretarias visam compensar o corte de cem milhões de reais e o contingenciamento de 30% do orçamento de 2016. A crise nacional e suas partes.

Ali, entre os secretários Marcio Jerry e Marcelo Tavares, aparece Felipe Camarão. A articulação com o Poder Legislativo e o Judiciário passa a ser de atribuição da Casa Civil, ou seja, de Tavares. Jerry passa a acumular oficialmente a Comunicação.Aí vem a novidade. A nova pasta de Camarão, Secretaria de Governo, seria para “monitoramento do sistema de metas governamentais”, como tuitou o governador, que ainda acrescentou que as mudanças visam “redução de despesas, agilização de procedimentos administrativos e monitoramento do cumprimento do Programa de Governo”.

Os resultados de fusões e criações vemos daqui mais um pouco. Sobra a visão van der Rohe de Flávio Dino: “Gestão em cenário de crise exige flexibilidade e mudanças constantes para fazer MAIS, com MENOS recursos”.

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