“O silêncio é um amigo que nunca trai” – Confúcio
Outro dia li que a Dilma tinha dito assim: “O que fizeram com o Brasil?!”. Bem Patropi: “me inclua fora dessa”. É tudo piada, e muito humor sem cor, abísmico.
E o julgamento no TSE? Tava pensando que vai entrar para a História; não, assim, de uma forma comum e normal e trivial; e não para a História do tribunal ou do Brasil. Vai entrar para a História Mundial. Em tempo, vamos perceber, a importância deste “ato” para a Humanidade.
É emocionante ver o ministro Herman Benjamim defendendo os pontos dele. Cabeça erguida, voz segura (apesar da gripe), a cada afirmação quase alucinada em busca de uma verdade da qual não lhe resta um resquício de dúvida. Quem homem!
Quase um solitário. No desespero de um baralho, cuja mão do carteado, parece prévia, ou seja, não depende do próprio carteado: o jogo tá decidido. Ele se revira e se revolta nos argumentos e vejo que agoniza.
Vejo, também, sombras corcundas, de vozes audazes, gagas e contidas, encavernadas nas togas brilhantes e a implorar para o ministro que não as constranjam.
E, talvez, as palavras de Herman soem constrangedoras para uma horda de constrangimentos sob as quais o Brasil se vê. Onde o temor de uns é perder o emprego e o pão de cada de dia e de outro é perder a vasta cabeleira, aliás, já perdida, sem louros…
A História do Brasil não pode mais ser escrita em palimpsestos. Por que não há mais tapetes para tanto pó. Por que uma culpa clara e justa, milimétrica está estampada em todas as cortinas das casas dos ricos e nos mochos dos pobres do país, na cracolândia, na Papuda, em Curitiba, em todas as Bangu e nas mesas trôpegas dos trabalhadores.
Em cada canto do sono dos brasileiros há um sonho de justiça e um pesadelo de injustiças. O que fizeram com o Brasil?
Onde estão as panelas? As cheias e as vazias. Onde estão as marchas? Onde estão os brasileiros de 2013? Seremos um batalhão de enforcados, de conduzidos, de tripudiados?
Ou estamos escrevendo o nosso Breviário de Decomposição, que será, alhures, o epitáfio de um povo? Aquelas “Moscas da feira” vistas por Zaratustra…
Claro está que o Brasil não cabe nos braços dos que se arvoram em abraça-lo. E não está nos planos de Batman ou do Super-Homem, ou do Sassá Mutema.
Ou Brasil precisa ser devolvido. Antes que vá tudo às favas.