A população da cidade de Vitória do Mearim, cerca de 175km de São Luís, tem uma série de reclamações contra a Vale e seu tratamento com a comunidade. Um dos principais problemas vem no povoado Caçoada, e ocorre por conta da impossibilidade de atravessar a linha do trem.
Neste caso, a passagem do trem que em muitos casos são mais de duas máquinas seguidas puxando uma média de 620 vagões de minério e outras cargas já é um fator que dificulta a travessia.
O povoado é habitado por 203 pessoas, mas apesar de viver suas atividades normalmente, as pessoas sofrem com problemas com os trens e passam por diversos sustos tentando atravessar de uma lado a outro.
Além disso, houve a construção de um muro por parte da Vale dos dois lados do trilho com a justificativa de dar mais segurança e reduzir o risco de acidentes no local. Mas os moradores acreditam que isto só gera mais problemas para a comunidade.
Com a construção do muro, o povoado ficaria isolado e por conta disso, busca na Justiça uma solução que seria benéfica tanto para a empresa quanto para a população.
Com o impasse estabelecido, a comunidade entrou na Justiça para comprovar que a construção do muro tiraria o direito de ir e vir das pessoas que moram na região e conseguiu o embargo da obra pelo Ministério Público, mas os funcionários e máquinas permanecem no local.
Confira a reportagem na íntegra:
Posição da Vale
Em nota, A vale informou que a construção da vedação é uma iniciativa voltada à proteção e garantia da segurança das comunidades e da operação ferroviária. A vedação será totalmente construída dentro da faixa de domínio da ferrovia e não comprometerá a mobilidade da comunidade, que hoje é atendida por diferentes travessias oficiais: um viaduto rodoviário, duas passagens em nível e uma passagem de veículo.
A Vale vem mantendo um diálogo contínuo e transparente com a comunidade desde a concepção do projeto, esclarecendo dúvidas e informando sobre as etapas da obra. A Vale disse ainda que acredita que o diálogo contínuo e transparente é condição fundamental para garantir a sustentabilidade das operações da Estrada de Ferro Carajás, neste sentido reafirma sua disposição de continuar dialogando sobre este ou outros assuntos relacionados à operação da EFC.