segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

OPINIÃO: A Trilha Imaginária do Cangaço do fotógrafo Márcio Vasconcelos

Nos idos da década de 30, do século passado, o Governo do Estado da Bahia espalhou um cartaz por vários cantos do sertão brasileiro. Nele oferecia uma generosa recompensa ao civil ou militar que capturasse ou entregasse de qualquer modo à polícia “o famigerado” Virgulino Ferreira, vulgo Lampião.

Em 2011, o fotógrafo pesquisador, Márcio Vasconcelos, seguiu cerca de 4 mil quilômetros na Trilha do Cangaço e retratou a saga desse personagem polêmico da história brasileira.

No percurso imaginário ouviu histórias reais de um então remanescente do bando de Lampião e outro da volante que aniquilou o grupo em 1938.

Encontrou também um primo e namorado de Maria Bonita e objetos que mostram um lampião interessado em novas tecnologias, costura e bordado.

É a chamada vida da espingarda que atravessa cinco séculos e revela sangue e violência, mas também arte, fé e ciência vestindo de cor e riqueza o cinzento e pobre sertão. Ao publicar as fotos, Vasconcelos revela os primórdios da vida social nos sertões do nordeste. 

Resta ao leitor descobrir quanto dessa raiz de insurgência contra os despotismos ainda sobrevive em nós.  

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