sexta-feira, 29 de março de 2024

“Pode contar com a nossa medalha”, diz caçula do handebol feminino

Com Tamires Morena, não existe pensamento negativo. É na base da “positividade”, como gosta de dizer, e de muito trabalho que ela espera dar o maior presente aos brasileiros, e à família em especial, em agosto. A “caravana Tamires”, que inclui os pais, a avó, o marido, os primos e amigos, não vai precisar se deslocar muito para acompanhar de perto a caçula da seleção feminina de handebol nos Jogos Olímpicos.

Tamires, 22 anos, é a única carioca da equipe. Ela cresceu na Vila Valqueire, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro que fica a menos de vinte quilômetros da Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra, onde a pivô fará sua estreia olímpica. “Para mim é mais em casa ainda. É mais força, mais garra, mais coragem. Vou dar meu máximo para a seleção. Sendo aqui no Rio, no Brasil, na minha casa, ninguém vai ganhar fácil do Brasil. Não vai ter essa”, disse a jogadora.

A Romênia, que tirou a gente no Mundial, está na nossa chave. Isso vai ser bom, porque sabemos como nos preparar para nos defender delas.

Com Tamires não tem “talvez”. A determinação é a marca da atleta que poderia estar ainda treinando lançamento de dardo, mas que chamou a atenção, pela altura (1m82) e pelo porte, do técnico dinamarquês Morten Soubak em um intercolegial em 2009. Optou por seguir o caminho do handebol. 

Já na seleção adulta, Tamires esteve na equipe que ganhou o ouro no Pan de Toronto, em 2015, e que foi eliminada pela Romênia nas oitavas de final do Mundial do ano passado. A derrota doeu, mas trouxe um aprendizado que pode ajudar já na primeira fase dos Jogos Olímpicos.

“A Romênia, que tirou a gente no Mundial, está na nossa chave. Isso vai ser bom, porque sabemos como nos preparar para nos defender delas”, disse a atleta, que já jogou na Hungria e disputará a temporada 2016/2017 pelo Dijon, da França.

Pedreira de cara

A estreia da equipe já vai ser eletrizante. A primeira adversária é nada menos que a bicampeã olímpica, a Noruega, em 6 de agosto.  A Romênia será enfrentada no dia 8. Na sequência, sempre em dias pares, virão Espanha, Angola e Montenegro, para fechar a primeira fase. As quartas de final estão marcadas para o dia 16 de agosto, as semifinais serão realizadas no dia 18 e a grande final ocorrerá no dia 20. 

Questionada se o Brasil poderia contar com uma medalha do handebol feminino no quadro de medalhas, Tamires foi assertiva: “Pode ter certeza que a gente vai estar lá. Pode contar com a nossa medalha”. E ela só quer saber do ouro, assim como as companheiras de equipe. 

“A seleção está bem confiante, amadureceu, está com uma mentalidade de ouro, isso é muito importante. Um atleta que entra para a Olimpíada e já pensa negativo, pode ter certeza que não tem chance de ganhar. A nossa seleção passou por muita coisa. Foi campeã mundial em 2013, não teve boa performance em 2015, mas também estava passando por situações que nem todo mundo sabe, com atletas lesionadas, a renovação.  Agora, para as Olimpíadas, tudo que a gente tinha que passar a gente já passou. Vai ser o momento de mostrar que a nossa seleção tem capacidade de dar a volta por cima e conseguir o ouro olímpico”, disse.

Já concentrada com a seleção no Centro de Capacitação Física do Exército, no Rio, Tamires agora conta os dias para a estreia. A torcida, segundo ela, será fundamental. “Estando em casa ou não estando em casa, a torcida vai sempre cobrar, porque torcida é torcida. Graças a Deus, no handebol, a torcida sempre nos motivou e deu gás. Quando você vê que o Brasil está caindo,  a torcida levanta e a gente cai pra dentro. Temos uma conexão muito boa com a torcida”, afirmou.

Os ingressos para o jogo contra a Noruega já estão esgotados e a “caravana Tamires” está garantida.

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