sexta-feira, 19 de abril de 2024

Polícia investiga o envolvimento de outros servidores nas fugas de presos

Após prisão temporária do diretor da Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, Cláudio Barcelos, última segunda-feira (15), a Polícia Civil, Secretária de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) investigam o envolvimento de outros servidores ou funcionários nas fugas de presos do maior estabelecimento prisional do estado.  

 

Barcelos estava sendo investigado há mais de um ano e é acusado de facilitar a fuga de presos, mediante cobrança. Durante a gestão, detentos deixavam a Casa de Detenção e retornavam após cometerem crimes encomendados por lideranças das organizações criminosas locais.

 

Entre os presos a quem o diretor teria facilitado fuga estão os assaltantes de bancos Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson Pereira.  

 

No casa de Barcelos, agentes da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) apreenderam documentos e computadores. O diretor já foi afastado do cargo e prestou depoimento na sede da Seic. Um procedimento administrativo já foi instaurado pela Sejap para investigar o caso.  

 

Segundo o César Castro Lopes, vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, ao contrário do que já declararam o secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, e pessoas próximas a ele, a eventual corrupção de agentes e inspetores penitenciários concursados não é a principal causa das constantes fugas, rebeliões e assassinatos de presos. A crise do sistema penitenciário maranhense tem uma única causa: falta gestão.

 

Ainda de acordo com o vice-presidente do Sindicato do Sistema Penitenciário do Maranhão, a maioria dos responsáveis pelas unidades mais problemáticas do estado, como as que compõem o Complexo de Pedrinhas, não faz parte do quadro de servidores de carreira da administração penitenciária. São pessoas de confiança do secretário e do governo. O que, segundo ele, leva a crer que a principal fonte de corrupção, se houver, não está entre os servidores, mesmo que seja confirmado o envolvimento de algum deles.  

 

A Sejap informou que não comentaria as críticas do sindicato. Por motivos de segurança, o governo maranhense também não quis comentar a estratégia de combate às organizações criminosas e os planos de ampliação das vagas no sistema carcerário.

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