No último fim de semana, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID/DEIC) do Rio Grande do Sul, DCCT-SEIC do Maranhão e Regional de Imperatriz, cumpriu dois mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Imperatriz, estado do Maranhão e Bagé-RS, oriundos de procedimento policial que visa apurar os delitos de Extorsão, Invasão de Dispositivo Informático, Interrupção ou Perturbação de Serviço Informático e Telemático e Associação Criminosa.
Entenda o caso
Foi instaurado procedimento policial a partir da notícia de que um provedor de internet na cidade de Uruguaiana-RS, foi atacado com o objetivo tornar o serviço indisponível ao sobrecarregar a largura banda do servidor ou fazendo uso dos seus recursos até que estes se esgotem. Durante o ataque DDoS, que significa “Distributed Denial of Service” ou “Negação de serviço distribuída”, diversas solicitações são enviadas simultaneamente e a intensidade do ataque tornará o serviço instável ou indisponível, deixando milhares de usuários daquele provedor de conexão sem acesso ao serviço, podendo ocasionar severos prejuízos financeiros e até mesmo de saúde pública uma vez que prejudica o acesso a dados relevantes que só poderiam ser acessados através da internet.
Após o primeiro ataque, o criminoso exige valores para que cessem as investidas, fazendo com que os provedores de conexão acabem aceitando as exigências do atacante e depositem quantias nas contas fornecidas pelo criminoso, o qual, segundo informações advindas da investigação, transforme os pagamentos recebidos pelas vítimas em criptoativos.
Na primeira fase da operação, em setembro de 2022, um indivíduo foi preso na cidade de Rio Grande-RS e naquela data foram apreendidos diversos elementos de prova que culminaram com a decretação da prisão preventiva de outros dois suspeitos dos fatos, residentes nas cidades de Imperatriz-MA e Bagé-RS, cujo cumprimento dos mandados restaram finalizados neste fim de semana.
Ressalte-se, que somado ao caso investigado, suspeita-se que o grupo criminoso esteja por trás de mais de 10 ataques a provedores de internet no estado do Rio Grande do Sul, podendo, inclusive ter repercussão em outros estados da federação.
Além da prisão de um jovem de 20 anos em Imperatriz-MA e de outra pessoas de 24 anos, em Bagé, foram apreendidos diversos telefones celulares e equipamentos de informática, que foram analisados nos próprios locais de cumprimento das diligências pelo Instituto Geral de Perícias, que colaborou sobremaneira na busca da prova criminal.
Os presos, após os trâmites de praxe, foram encaminhados ao sistema penitenciário do Maranhão e do Rio Grande do Sul e ficarão à disposição da Justiça.
Por fim, ressalte-se que a ação contou com o trabalho conjunto da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a Polícia Civil do Maranhão e o Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul.