O Projeto Abelha Nativa está em exposição até a amanhã (9) no hall de entrada do Centro de Educação Básica (CEB Velho), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O projeto é coordenado pelo professor Murilo Drumont, do Departamento de Biologia da UFMA e trabalha pela preservação das espécies nativas de abelhas. Atualmente, são três frentes de ação: auxílio do manejo adequado dessas espécies nos municípios de Belágua, na reserva de Urbano Santos e no Povoado de Moura, na região de Anapurus (Meliponicultura); na propagação das metodologias e tecnologias do projeto através de cursos à distância; e na campanha pela regulamentação da apicultura e da meliponicultura no Maranhão e no Brasil.
O Projeto Abelha Nativa existe desde 2001 e já ganhou vários prêmios ao longo de sua trajetória, como o Prêmio Ford de Conservação; o Prêmio COMAR de Conservação Ambiental e a Certificação de Tecnologia Social concedido pelo Banco do Brasil, pela criação do Programa Nacional Abelhas Nativas (PNAN), que teve como objetivo disseminar práticas do projeto para todo o país.
Segundo o coordenador, o Maranhão tem grande potencial na produção de mel e derivados, hoje ameaçado pela exploração inadequada. “Pessoas dos centros gastronômicos de São Paulo, por exemplo, têm demandado este tipo de produto, o que tem lhe valorizado bastante. Nós temos um potencial muito grande que não estamos aproveitando, está se perdendo”, declarou.
Cyntia Pacheco, aluna do mestrado em Biodiversidade e Conservação, da UFMA, e colaboradora do projeto, explica as formas de manejo e a importância do projeto. “Nosso trabalho é tanto na questão política e econômica, quanto na preservação, apresentando à comunidade a diferença entre as espécies e a importância de conservá-las em prol do equilíbrio ambiental”.
Na exposição, o visitante pode conhecer a história das cinco espécies com maior incidência no estado e suas peculiaridades (Tiúba, Moça Branca, Moça Preta, Tubi e Uruçu), além de produtos feitos a partir de matéria-prima extraída da coméia. A exposição está à disposição de escolas. As instituições interessadas devem entrar em contato pelo email contato@pnan.com.br ou pelo telefone 9200-7615.
Na sexta-feira, 9, haverá uma vídeo-palestra “Um futuro seguro para nossas abelhas”, ministrada pelo professor Lúcio de Oliveira Campos da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.
Saiba Mais
Recentemente as abelhas entraram para a lista de espécies em extinção do US Fish and Wildlife Service (FWS). O eventual desaparecimento das abelhas não deixaria o mundo apenas sem mel: dois terços do que comemos dependem do trabalho delas como polinizadoras. A questão é tão preocupante que os cientistas já pensam em criar abelhas-robôs.
Das 25 mil espécies de abelha, sete entraram para a lista: Hylaeus anthracinus, Hylaeus longiceps, Hylaeus assimulans, Hylaeus facilis, Hylaeus hilaris, Hylaeus kuakea, e Hylaeus mana – abelhas de “cara amarela”, parecidas com as abelhas africanizadas do Brasil. Uma das principais hipóteses é inclusão de espécies de plantas e animais invasores, que desequilibraram a fauna local.
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