sexta-feira, 31 de março de 2023

Representante da ONU vem ao Maranhão conversar com comunidades sobre violência no campo

Representante das Nações Unidas, Jan Jarab estará em São Luís, capital do Maranhão, nesta sexta-feira (19), reunido com comunidades e povos tradicionais do estado e com o Defensor Público Federal, Yuri Costa. O encontro debaterá a situação da violência no campo causada, majoritariamente, por setores do agronegócio.

Leia também: Mãe e filho quebradores de coco morrem atingidos por palmeira derrubada por trator

O evento acontecerá na Defensoria Pública do Maranhão (DPU), no Auditório da DPU, bairro Renascença. às 15h30. Povos e comunidades tradicionais serão representados por seis pessoas – duas lideranças indígenas, duas quilombolas, uma camponesa do MST e uma quebradeira de coco.

Também estarão presentes movimentos sociais, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI); a Comissão Pastoral da Terra (CPT MA); a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH); a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA); o Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão; a Rede Agroecologica do Maranhao (RAMA); a ACONERUQ; o Centro de Cultura Negra (CCN); e o MST.

Nesta quarta-feira (24), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB – Regional Nordeste 5) acolheu representantes destas comunidades em uma entrevista coletiva. Na transmissão, lideranças ressaltaram o perigo e as ameaças que sofrem com frequência. Dentre as violações de direitos humanos, há assassinatos por jagunços, invasões de terra, envenenamento por agrotóxicos e a criminalização de resistências camponesas.

De acordo com o relatório Conflitos no Campo 2020 Brasil da Comissão Pastoral da Terra (CPT Nacional), nove lideranças foram assassinados no Maranhão somente neste ano, colocando o estado em 2º lugar no ranking nacional de violência no campo.

Na tarde da última sexta-feira (12), há apenas cinco dias, mãe e filho quebradores de coco morreram após serem atingidos por uma palmeira de babaçu, derrubada por um trator pertencente a um fazendeiro na região. A FETAEMA emitiu nota cobrando ações mais efetivas do Governo do Maranhão em combate aos criminosos.

“Reiteramos a necessidade de criação de uma força tarefa interinstitucional de enfrentamento à violência no campo pelo Governo do Estado do Maranhão, para que coordene ações integradas de regularização fundiária/ titulação de territórios quilombolas, combate ao desmatamento, investigações criminais céleres e proteção de pessoas ameaçadas nas áreas de maior tensão social acompanhadas pela Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (COECV), afirma o texto da federação.

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