Com o período de chuvas, águas empoçadas e locais alagados se tornam um cenário muito comum, onde obrigam pessoas a passarem por eles virando um local ideal para o surgimento de doenças como a leptospirose.
A doença bacteriana é uma zoonose transmitida pelo xixi principalmente de ratos, e contraída pela penetração da bactéria na pele molhada ou pela ingestão de água e alimentos contaminados, causando febre alta, dor muscular, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos, tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo) e meningite.
“Nós temos registados uma média de 25 a 30 casos por ano. Existem mais casos, mas há uma dificuldade grande no sentido do diagnóstico preciso, muitas das vezes o acompanhamento tem que ser feito com bastante cuidado”, explica o chefe do Departamento de Controle de Zoonoses, Daniel Sarava.
Em 2017, 22 casos foram confirmados em todo estado, sendo 15 deles na capital. No ano passado foram confirmados 21, 13 deles na capital e os outros em São José de Ribamar, Santa Inês, Caxias e Axixá.
Animais podem contrair a doença
Por terem acesso a água contaminada e aos locais com acúmulo de lixo ou sem saneamento básico, outros animais podem contrair a doença. Em São Luís, há 4 casos sendo investigados de cachorros com suspeita da leptospirose, todos eles do bairro da Ilhinha.
Condições precárias de saneamento podem influenciar numa alta infestação de animais e no bairro onde há a suspeita dos caso, podemos ver muitos pontos propícios a contaminação.
Segundo o médico veterinário Renan Nascimento, que preside a Associação de Animais de Pequeno Porte, assim que os sintomas são identificados são feitos os exames para confirmar o diagnóstico, o que possibilita a investigação do ambiente onde o animal está inserido.
Como prevenir a doença
A prevenção da doença passa pelo cuidado de evitar o contato com água ou lama que possam estar contaminados pela urina de rato ou outros animais infectados. Quem trabalha com a limpeza de lama, entulhos e lixos devem usar botas e luvas de borracha. Mas o principal é melhorar as condições ambientais, como o saneamento básico, essas são as melhores medidas que reduzem os índices de contaminação.
Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe, malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos. Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura, no sangue ou no líquor.
Quanto antes for instituído o tratamento, maior será a chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que sempre requerem internação hospitalar.
Recomendações
* Observe as medidas básicas de higiene. Embale bem o lixo, ferva a água ou coloque algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar;
* Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas;
* Vacine seu animal e mantenha rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água;
* Não deixe as caixas d’água destampadas;
* Use luvas e botas de borracha se trabalhar em ambientes que possam ser reservatórios da Leptospira;
* Não se automedique, se suspeitar de infecção pela bactéria da leptospir