sexta-feira, 29 de março de 2024

Retirada total dos cobradores deve acontecer em até seis meses

Foto: Reprodução / TV Guará

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte, Gilson Neto, confirmou que a retirada total dos cobradores de ônibus que atuam nas linhas da Grande Ilha está prevista para acontecer em até seis meses. A meta inicial é atingir 20% das linhas.

“Eu não posso falar agora em avançar além desses 20%, pois nós temos outras situações que precisam ser feitas, por exemplo, nós precisamos disponibilizar venda de crédito eletrônico, pulverizar, espalhar, ter muitos postos de vendas seja ele em venda física ou nas nuvens, que é a possibilidade da pessoa do próprio celular comprar créditos pro seu cartão, e quando chegar no ônibus já carregar o crédito no próprio validador. Precisamos fazer isso pra reduzir esse percentual, que hoje é de 25%, que ainda utilizam dinheiro, e somente após essa redução, ai sim nós podemos pensar em uma segunda e terceira etapa dessa questão dos cobradores”

Segundo o Sindicato, a retirada dos cobradores estava prevista desde 2007, quando foi implantado o sistema de bilhetagem eletrônica na capital. Uma queda de 17% nos lucros também influenciou no remanejamento desses trabalhadores.

“O sistema de bilhetagem, a gente chama de SBA, ou seja, sistema de bilhetagem automática. Então o nome já diz o seguinte: ele não precisa da presença do cobrador. Porém em 2007, nós não tínhamos os problemas que nós estamos enfrentando hoje. Não havia Uber em 2007, não havia Taxi 99, o problema do clandestino que não é fiscalizado como deveria ser também não era nessas proporções que estão hoje, e os bairros também tinham uma dependência do centro de São Luís, hoje em dia os bairros estão independentes, nem todo mundo está vindo ao Centro. Então essas circunstâncias fizeram com que nós tivéssemos que partir para esse passo, da mudança das configurações dos ônibus, e a retirada parcial, passo a passo, lenta, dos cobradores” diz Gilson Neto, presidente do SET.

Gilson reforça que não há intensão de demitir os profissionais que estão saindo dessa função, mas de fazer o reaproveitamento deles, em outros setores das empresas de transporte público e que foram oferecidas mil vagas em cursos de qualificação profissional para esses trabalhadores, mas só foram preenchidas apenas cem vagas.

“Observa que todos os dias alguém é demitido e alguém é contratado. E ai a gente oferece uma qualificação gratuita para a pessoa enriquecer o seu currículo, ter mais conhecimento, e menos de 10% das vagas são preenchidas. Isso é uma coisa que nos surpreendeu negativamente”, comenta.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, não há registros de demissões de cobradores em toda a capital, mas a redução de aproximadamente 6% deles na frota da cidade. Cerca de 2.500 cobradores atuam nos coletivos. Até o final de todo o processo, aproximadamente 400 cobradores devem ser remanejados nas empresas de transporte.

O Sindicato dos Rodoviários também negou a possibilidade de uma paralisação nos próximos dias e explicou que na próxima semana está marcada uma audiência pública na Assembleia Legislativa para tentar resolver o problema da categoria.

“Nós vamos para essa audiência pública e esperamos que de lá tenha um encaminhamento. Nós estamos fazendo as conversas jurídicas para resolver a situação” comenta Isaaias Castelo Branco, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

 

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