domingo, 24 de setembro de 2023

Thomaz Alckmin: pá de hélice pode ter causado acidente

Foto: Reprodução / Rede Record
Foto: Reprodução / Rede Record

 

O rompimento de uma das cincos pás que formam a hélice é a provável causa da queda do helicóptero que matou o filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, de 31 anos, e outras quatro pessoas na quinta-feira (2), em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A Polícia Civil já sabe que as peças haviam passado por manutenção no dia do acidente.

 

A pá que se soltou da aeronave foi localizada por peritos da Aeronáutica por volta das 10h desta sexta-feira (3), a cerca de 200 metros do local da tragédia. Imagens gravadas por uma câmera de segurança mostram a queda brusca do helicóptero no condomínio e logo depois a peça caindo sobre o mato.

 

Para o frentista Magno Santos, que testemunhou o acidente, a hélice pode ter a ver com o acidente.

 

— Depois que quebrou a hélice, ele perdeu o controle e caiu rodopiando.

 

Para um dos peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que estavam no local, o rompimento da peça durante o voo ajuda a explicar a “queda incrivelmente vertical” da aeronave sobre a casa de Maura Fuchs.

 

— Meu marido estava varrendo o jardim onde o helicóptero caiu. Ele ouviu o barulho e só deu tempo de correr uns três metros para não ser atingido.

 

Seis minutos

 

O Airbus Helicopter EC 155, de fabricação francesa, decolou de um heliponto da Helipark, em Carapicuíba, às 17h02 para um voo de teste, segundo a empresa, e caiu seis minutos depois, de acordo com a Polícia Miliar.

 

O piloto Gustavo Penna, de 33 anos, que conhecia Thomaz havia seis meses, falou sobre o incidente.

 

— A pá desprendeu da cabeça do rotor e isso não é comum. Pode ter quebrado o parafuso de fixação, pode ter faltado o pino de segurança, são suposições. Mas uma das possibilidades mais prováveis para soltar a pá é a falta do pino, que pode ter ocorrido por falha humana, por não ter sido preso direito, ou porque o material veio com defeito.

 

Carlos Camacho, ex-piloto e ex-diretor de segurança de voo do SNAS (Sindicato Nacional dos Aeronautas) afimou que quando uma das pás se solta, quebra ou parte, há um desbalanceamento da aeronave.

 

— Rompe, explode o motor. Vai desencadeando uma série de outras circunstâncias que culminam para a catástrofe final.

 

Outros pedaços do helicóptero caíram sobre casas vizinhas ao local do acidente. Peritos do Cenipa só conseguiram começar a remoção dos destroços da aeronave por volta das 14h30 de sexta-feira. O trabalho chegou a ser suspenso por causa da quantidade de gasolina espalhada na área dos escombros. O Corpo de Bombeiros teve de ir ao local para “lavar” a área.

 

O recolhimento dos destroços foi encerrado na madrugada deste sábado (4) pelos investigadores do SERIPA IV. Os materiais coletados já foram levados ao SERIPA, catalogados e separados e, lá, serão analisados para estudo das causas do acidente. A área já foi liberada para autoridades civis, e, como se trata de uma região residencial, caso algum morador encontre mais objetos, deve procurar uma autoridade para que se possa contribuir com a investigação.

Com base nos fragmentos, os peritos e os investigadores da Polícia Civil tentarão descobrir o que motivou o rompimento da pá. A Seripatri, empresa proprietária do helicóptero, e a Helipark, responsável pela manutenção, não se pronunciaram ontem sobre o encontro da pá e sobre a manutenção da hélice.

 

Thomaz era piloto havia cerca de três anos e trabalhava com o helicóptero da rede de farmácias Farmaconde, em São José dos Campos. A aeronave da empresa estava em manutenção e ele só entrou no voo trágico a convite do amigo piloto.

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