domingo, 1 de dezembro de 2024

Tia Eron e Wladimir Costa definiram resultado pela cassação de Cunha

A aprovação do relatório pela cassação do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi definido pelos votos de Tia Eron (PRB-BA) e Wladimir Costa (SD-PA). Ontem (14), antes do início da reunião do Conselho de Ética, havia suspense em torno do voto da deputada baiana, que ainda não havia declarado a sua decisão.

Citando Darcy Ribeiro e Umberto Eco, durante o seu voto, Tia Eron disse que é preciso trabalhar para não “chafurdar o Brasil”. “Eu não sou dada a autofagia, mas, em relação a minha consciência, é nela que reside a verdade”, disse a deputada antes de votar favoravelmente à cassação.

Já Wladimir Costa, que já havia declarado ser contra o relatório, mudou de posição no último momento e votou pela cassação de Cunha.

Votaram, ainda, pela cassação de Cunha, os deputados Julio Delgado (PSB-MG), Leo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-BA), Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS), Betinho Gomes (PSDB-PE), Sandro Alex (PPS-PR), Alessandro Molon (Rede-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).

Já os deputados Alberto Filho (PMDB-MA), André Fufuca (PP-MA), Mauro Lopes (PMDB-MG), Nelson Meurer (PP-PR), Washington Reis (PMDB-RJ), Sergio Moraes (PTB-RS), Laerte Bessa (PR-DF), Wellington Roberto (PR-PB), João Bacelar (PR-BA) e Carlos Marun (PMDB-RJ) votaram contra a cassação.

O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-PA), disse que, na decisão dos deputados, prevaleceram os fatos. “Quanto a fatos, não há argumentos, taí a vontade dos deputados do Conselho de Ética para quem a consciência falou ‘mais forte’. A gente pensava que alguns iriam votar a favor do deputado Eduardo Cunha e votaram contra, a consciência falou mais forte e eles votaram contra o Cunha”, analisou.

Já o relator, Marcos Rogério, disse que não ficou surpreso com o voto favorável de Tia Eron, mas que se surpreendeu com o voto de Costa. Rogério disse que, agora, espera a confirmação da decisão do conselho pelo plenário da Casa. “O mérito dessa questão só o plenário pode confirmar ou modificar, e eu estou confiante de que o plenário vai votar com as provas e com o país”, disse Rogério. “Estamos virando uma página histórica neste momento, e isso nos dá a certeza de que nem tudo está perdido e que há pessoas que zelam pela ética, pelo decoro”, afirmou.

Eduardo Cunha é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre o fato de ter contas no exterior, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na votação de hoje, no Conselho de Ética, o relatório de Marcos Rogério foi aprovado por 11 votos a 9. A defesa de Cunha disse que ele vai recorrer da decisão.

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