terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Um terço dos votos foi definido na ?reta final?, diz Ibope

Um em cada cinco eleitores brasileiros admitiu ter escolhido seu candidato no próprio dia da eleição, em 2 de outubro, segundo pesquisa inédita do Ibope.

A esses 19% do eleitorado somam-se outros 15% que disseram ter feito a escolha não muito antes, nos últimos dias antes de ir à urna.

Ou seja, pelo menos um em cada três votos dados no primeiro turno foi decidido em cima da hora.

É esse terço que derruba líderes e elege azarões. Em horas, um favorito pode virar terceiro colocado. Foi assim com Celso Russomanno em 2012 e 2016, e com Marina Silva em 2014.

Nas cidades com mais de 500 mil habitantes, a parcela dos eleitores que improvisam o voto é ainda mais numerosa, chegando a 45% — a mesma taxa da média das capitais.

É quase metade do eleitorado das principais cidades do País deixando para decidir em cima da hora em quem vai votar.

Não é coincidência que o desinteresse e volatilidade sejam maiores nas grandes cidades, onde o eleitor está mais distante do candidato e do governo. A uma semana do segundo turno, 24% dos eleitores de Manaus dizem que ainda podem mudar seu voto. Em Belo Horizonte, 20%. Já tinha sido.

Já nos municípios menores, onde o eleitor conhece o prefeito pessoalmente e o trata pelo apelido, 63% dizem definir o voto logo no início da campanha.

Há outra diferença importante entre as eleições de prefeito nas grandes e pequenas cidades. Nas metrópoles e capitais, a principal fonte de informação para o eleitor escolher seu candidato é a TV: 36% citam-na como maior influenciador do voto.

Nas cidades até 50 mil habitantes, a TV é secundária. Conversas com parentes e amigos são protagonistas: 27% dizem que é assim que escolhem em quem votar, contra 13% nas cidades grandes. A TV é o principal influenciador para só 19% nas pequenas cidades.

A dificuldade de conhecer o candidato de perto, a falta de discussão sobre política com amigos e parentes e a intermediação da relação com os representantes pela TV parecem aumentar o desinteresse pelo processo eleitoral nas maiores cidades e, por tabela, a mutabilidade das intenções de voto. Por isso, são as capitais também do voto improvisado.

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