Em agosto, a jovem saiu da França, e desde então percorreu mais de 1.700 milhas, equivalente a quase 3 mil quilômetros, até chegar à costa brasileira. A velejadora Tamara Klink, de 24 anos, chegou ao Recife após atravessar o Oceano Atlântico, sozinha, em um barco de oito metros.
Ela chegou à capital pernambucana no fim da noite da segunda-feira (1º). A última etapa da trajetória, finalizada na capital pernambucana, foi a mais longa e mais cansativa. Tamara saiu de Cabo Verde, no dia 15 de outubro, e passou 17 dias em alto-mar.
Tamara é filha do casal de famosos velejadores Amyr Klink e Marina Bandeira Klink. Amyr foi o pioneiro na travessia a remo do sul do Oceano Atlântico, em 1984, quando, sozinho, saiu da Namíbia, país africano, para Salvador (BA). A esposa, que é fotógrafa, ficou conhecida por registrar as expedições por diversos países e continentes.
A jovem velejadora cursava arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) e foi para Nantes, na França, para um intercâmbio na École Supérieure d’Architecture. Lá, após finalizar o curso, ela se especializou em arquitetura naval.
O barco de Tamara, apelidado de Sardinha devido ao tamanho, foi comprado na Noruega, de onde ela decidiu se aventurar em alto-mar, até chegar à França, na cidade de Dunquerque. O veleiro foi comprado com a ajuda de um amigo, apoiador das investidas da jovem navegadora.
“Eu acabo de completar minha primeira travessia do Atlântico e eu estou muito feliz em ter visto terra do Brasil pela primeira vez aqui no Recife. Essa chegada foi muito emocionante, feita no escuro. Eu pude passar na frente do Marco Zero e dar tchau para as pessoas que acompanharam a viagem e estavam lá esperando”, afirmou Tamara, logo após desembarcar no Recife.
Em terra firme, Tamara tem como planos lançar dois livros. Um deles é “Mil Milhas”, distância completada por ela ao percorrer o Mar do Norte, para sair da Noruega para a França, em 2020. O segundo é “Um mundo em poucas linhas”, que reúne poemas, textos e desenhos feitos por ela durante as navegações.
A travessia de Cabo Verde para o Recife teve, além das dificuldades previstas, um perigoso acontecimento: houve danos nos dois pilotos automáticos, utilizados para direcionar o barco automaticamente ao destino esperado.