Representante das Nações Unidas, Jan Jarab estará em São Luís, capital do Maranhão, nesta sexta-feira (19), reunido com comunidades e povos tradicionais do estado e com o Defensor Público Federal, Yuri Costa. O encontro debaterá a situação da violência no campo causada, majoritariamente, por setores do agronegócio.
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O evento acontecerá na Defensoria Pública do Maranhão (DPU), no Auditório da DPU, bairro Renascença. às 15h30. Povos e comunidades tradicionais serão representados por seis pessoas – duas lideranças indígenas, duas quilombolas, uma camponesa do MST e uma quebradeira de coco.
Também estarão presentes movimentos sociais, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI); a Comissão Pastoral da Terra (CPT MA); a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH); a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (FETAEMA); o Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão; a Rede Agroecologica do Maranhao (RAMA); a ACONERUQ; o Centro de Cultura Negra (CCN); e o MST.
Nesta quarta-feira (24), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB – Regional Nordeste 5) acolheu representantes destas comunidades em uma entrevista coletiva. Na transmissão, lideranças ressaltaram o perigo e as ameaças que sofrem com frequência. Dentre as violações de direitos humanos, há assassinatos por jagunços, invasões de terra, envenenamento por agrotóxicos e a criminalização de resistências camponesas.
De acordo com o relatório Conflitos no Campo 2020 Brasil da Comissão Pastoral da Terra (CPT Nacional), nove lideranças foram assassinados no Maranhão somente neste ano, colocando o estado em 2º lugar no ranking nacional de violência no campo.
Na tarde da última sexta-feira (12), há apenas cinco dias, mãe e filho quebradores de coco morreram após serem atingidos por uma palmeira de babaçu, derrubada por um trator pertencente a um fazendeiro na região. A FETAEMA emitiu nota cobrando ações mais efetivas do Governo do Maranhão em combate aos criminosos.
“Reiteramos a necessidade de criação de uma força tarefa interinstitucional de enfrentamento à violência no campo pelo Governo do Estado do Maranhão, para que coordene ações integradas de regularização fundiária/ titulação de territórios quilombolas, combate ao desmatamento, investigações criminais céleres e proteção de pessoas ameaçadas nas áreas de maior tensão social acompanhadas pela Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (COECV), afirma o texto da federação.