Medida foi motivada após morte de mecânico por zelador em Vitória do Mearim.
Serão revisadas as parcerias institucionais do Governo do Estado com Prefeituras municipais cujos objetos sejam a cessão de funcionários da administração municipal para a estadual. A medida abrange, especialmente, os casos onde a segurança pública estiver envolvida.
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A motivação para a revisão foi o caso da execução de um mecânico por um funcionário da Prefeitura de Vitória do Mearim, no dia 28 de maio. O caso teve ampla repercussão no Estado, pois foi filmado por diversas testemunhas.
Histórias como a do zelador da delegacia de Vitória do Mearim, Luiz Carlos Machado, flagrado com armamento policial e trajes militares, não devem mais acontecer no Maranhão.
Pelo menos não com a anuência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. É que, segundo o secretário Jefferson Portela, todos os funcionários cedidos para unidades de segurança nos municípios deverão se limitar a desempenhar apenas atividades administrativas. No caso de Vitória do Mearim, o executor do mecânico estava desde 2009 prestando serviços na delegacia da cidade e em 2011 participou de uma ação que culminou com a morte de um suposto bandido.
“Um levantamento está sendo feito pelas secretarias de Segurança e de Planejamento para identificar todos esses convênios com as prefeituras. Vamos tirar das ruas essas pessoas que não possuem treinamento e estão em desvio de função”, explicou Portela.
A reclamação do secretário com o preparo dos agentes de segurança do Estado não é nova. Poucos dias após assumir a pasta, Jefferson Portela criticou a “rapidez” com a qual os policiais foram para as ruas.
Numa de suas afirmações, Portela sugeriu que a governadora Roseana Sarney fardou e armou homens que ainda não tinham passado por todas as etapas da academia de polícia. Nessa quinta-feira (4) ele voltou a se indignar com a administração passada ao revelar que, em alguns casos, não houve a nomeação dos policiais. “É um absurdo. Eles puseram policiais nas ruas sem sequer nomeá-los”, afirmou.
Excedentes convocados
Desde os primeiros à frente do Governo, algumas medidas provisórias foram tomadas. A assembleia legislativa foi comunicada, ainda durante a cerimônia de posse, da convocação de 1.000 candidatos a policiais militares. A simples convocação não representa o reforço desse efetivo instantaneamente nas ruas, mas foi um dos pontos mais comentados à época.
No fim de maio, Flávio Dino anunciou que mais 1.500 candidatos se juntariam aos 1.000 convocados em janeiro. No âmbito da Polícia Civil, 10 delegados foram nomeados, segundo o governador.
Investimentos na segurança
Além da questão do efetivo da tropa, o Governo anunciou que R$ 3 milhões serão investidos apenas em armamento. Jefferson Portela quer acabar com o compartilhamento de equipamentos. “Hoje o policial divide o colete, divide a arma e isso tem que acabar. Esse dinheiro que será disponibilizado não é para fazer política, é para ser investido em qualificação e equipamentos”, ressaltou.
Durante a entrevista ao apresentador do Ronda 23, Laércio Júnior, Portela adiantou também que o sistema de comunicação da polícia será mais eficiente. Os rádios comunicadores serão digitais e o diálogo com cidades do interior do Estado, por exemplo, serão mais seguros”.