Carolina Apple, do R7
Com as alterações no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) feitas pelo governo federal no início do ano e a dúvida sobre a continuidade do programa em 2016, o ingresso à rede privada de educação superior ficou mais difícil para as pessoas que desejam estudar, mas precisam de ajuda financeira para conseguir realizar esse sonho.
Entre as alterações para ser beneficiado com o fundo estão a nota mínima de 250 no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a definição de cotas de financiamento para cada instituição de ensino, entre outras mudanças. Como alternativa aos estreitamento do benefício, a busca por créditos universitários privados cresceu mais de 100% em alguns programas.
Com taxas de juros atraentes ou até mesmo inexistentes, o financiamento privado ganhou corpo no primeiro semestre. O programa Pravaler teve um aumento de 700% na adesão de novos alunos entre abril e setembro deste ano. A menina dos olhos do financiamento é o juros subsidiado 100% ou parcialmente pelas universidades, restando para o aluno o pagamento de 50% da mensalidade e, no próximo semestre, a quitação do crédito, com juros de até 1,35% ao mês e correção de acordo com a inflanção. O financiamento pode ser usado em mais de 200 universidades espalhadas pelo País.
Carlos Furlan, diretor executivo do Pravaler, explica que o crédito ajuda os alunos a escolherem cursos melhores, e não apenas aquele que cabe no bolso.
— Pagamos a universidade integralmente no início do semestre, o que traz seguraça para a instituição. O pagamento acaba sendo tranquilo para o aluno, que passa a tratar de valores somente com o Pravaler e fica livre para contratar o financiamento em qualquer semestre. (Veja na tabela abaixo as condições de financiamento)
O aumento pela procura fez com que o programa fizesse uma parceria com a Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares) para que o crédito também fosse disponibilizado para universidades com menos de 3.000 alunos a partir do vestibular do final do ano. A medida pretende aumentar o universo de estudantes atendidos pelo programa. Desde 2006, o Pravaler ajudou a custear parte dos estudos de cerca de 60 mil alunos.
Outra opção é o crédito estudantil da Fundaplub, que está disponível há 40 anos no mercado, mas, foi em 2015, que viu seu crescimento ser superior a 100%. O diferencial oferecido pela organização é o financiamento de até 50% da mensalidade, que o aluno só passa a pagar no fim do curso ou quando tranca a matrícula, além da isenção de juros. O aluno tem que pagar apenas uma taxa administrativa de 0,35% ao mês.
De acordo com Nivio Delgado, diretor e superintendente da Fundaplub, o número de instituições parceiras também mostra o crescimento da busca pelo crédito estudantil privado. Eram 28 instituições em janeiro e, agora, são 60. A organização pretende fechar 2016 com 200 universidade conveniadas.
Delgado explica que pagar o financiamento no final do curso é uma vantagem que se estende, inclusive, para alunos que contrataram o crédito e depois desistiram e passaram a pagar a universidade sozinhos.
— O estudante não precisa se preocupar em pagar o crédito já no semestre seguinte, mesmo se ele passar a pagar o curso do próprio bolso. As universidades nos mantém avisados de que aquele aluno ainda está estudando e, por isso, ele ainda tem o direito de manter o pagamento para depois do curso e também voltar a pedir o financiamento a qualquer momento.
Fiador
Tanto no Pravaler e na Fundaplub é indispensável a figura do fiador que, em ambos os casos, deve ter o nome limpo e renda de no mínimo o dobro da mensalidade ou uma mensalidade e meia, respectivamente.
Quem não tem como ter um fiador, pode tentar os créditos universitários oferecidos pelos bancos.
O Bradesco oferece financiamento de até 50% da mensalidade para correntistas maiores de 18 anos, após a análise de crédito. O mesmo vale no Santander para quem quer fazer um curso de extensão. A instituição financeira oferece a linha Educação Continuada com financiamento de 100%, com juros de 1,95% ao mês em cursos com valor mínimo de R$ 1.000. Para esse tipo de estudo, o Bradesco também tem um CDC (Crédito Direto ao Consumidor) MBA e Pós-Graduação.