quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Coca-cola e McDonald’s querem que Blatter se demita da Fifa

Do Uol

 

Pela primeira vez desde que o escândalo de corrupção na Fifa passou a ter desdobramentos dois dos maiores patrocinadores da entidade que controla o futebol mundial se pronunciaram de forma contundente.

 

Em comunicado oficial, as multinacionais Coca-Cola e McDonald’s exigiram a saída do suíço Joseph Blatter do cargo de presidente da Fifa.

 

“Para o bem do jogo, a Companhia Coca-Cola está pedindo ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, que se demita imediatamente para que o processo de reforma possa começar com credibilidade o mais rápido possível”, escreveu a empresa.

 

“A cada dia que passa, a imagem e reputação da Fifa continua a ser manchada. A Fifa precisa de uma reforma ampla e urgente, que só pode ser realizado com uma abordagem verdadeiramente independente”, continuou.

 

O McDonald’s seguiu a mesma linha que a Coca-Cola. “Nós acreditamos que seria do melhor interesse para o esporte que o presidente da FIFA, Sepp Blatter, caia imediatamente, assim o processo de reforma poderá seguir com a credibilidade que precisa”.

 

No último dia 25 de setembro, as autoridades da Suíça anunciaram o início de uma investigação contra a gestão de Blatter à frente da Fifa.

 

Após o escândalo, que fez Blatter desistir da reeleição, o dirigente suíço disse que ficaria como presidente até fevereiro de 2016, mês que está marcada uma nova eleição na entidade.

 

Pressão

 

Em julho, a Coca e o McDonald´s haviam aumentado a pressão para que a entidade mundial de futebol promovesse significativas reformas, em meio a um escândalo de corrupção que jogou uma grande sombra sobre o esporte. 

 

As duas multinacionais deixaram claro que estavam profundamente infelizes na maneira com a qual a Fifa é administrada e querem grandes mudanças.

 

A intervenção dos patrocinadores aconteceu poucos dias antes de uma importante reunião do comitê executivo da Fifa que iria discutir tanto possíveis reformas quanto o cronograma para a eleição de um novo presidente no lugar de Joseph Blatter, que está no comando da entidade há 17 anos. 

 

A Fifa tem sido alvo de uma série de acusações na imprensa – e em livros – há anos. O escândalo tomou maiores proporções em maio, quando promotores norte-americanos indiciaram nove representantes do mundo do futebol, a maioria deles com cargos na Fifa, além de cinco executivos de marketing e transmissão, em acusações que incluem suborno, fraude, lavagem de dinheiro e estelionato. 

 

A Coca-Cola pediu que a Fifa, sediada em Zurique, apoiasse a criação de um órgão independente para reformar sua estrutura de comando. “Escrevemos para a Fifa e pedimos que eles apoiem uma comissão independente para reformas”, disse uma porta-voz da empresa de bebidas, em julho.

 

Decisão de renunciar dias após vencer eleição

 

No dia 2 de junho deste ano, menos de uma semana após ter sido reeleito presidente da Fifa, Blatter anunciou que renunciará ao cargo. A decisão de deixar a Fifa ocorre em meio ao maior escândalo da entidade, que resultou na detenção de sete dirigentes às vésperas da eleição, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

 

Em julho, a Fifa definiu nesta segunda-feira a data de uma nova eleição presidencial. O pleito ocorrerá em 26 de fevereiro de 2016. A decisão de marcar o pleito para o próximo ano representou uma vitória para Blatter, pois, assim, o dirigente impede a UEFA, confederação de maior oposição, de agilizar o plebiscito para dificultar a indicação quase que imediata do substituto.

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