O aumento no consumo de bebidas não ocorre só no carnaval, mas também durante outras datas festivas, e isso pode provocar a chamada “síndrome cardíaca de feriado”, descrita em 1978.
De acordo com os especialista, há uma relação comprovada entre o consumo excessivo de álcool e a ocorrência de arritmia cardíaca, em especial a fibrilação atrial.
Porém, o excesso de álcool é individual, não há uma dose padronizada ou um volume estabelecido de álcool ingerido que provoque a arritmia cardíaca.
O uso abusivo de álcool, respeitando os limites de cada indivíduo, representa um gatilho para a ocorrência de arritmias cardíacas, principalmente a fibrilação atrial, que é a arritmia mais comum encontrada na prática clínica, no dia a dia.
Tais arritmias podem surgir tanto entre pessoas que não estão acostumadas a beber quanto entre as que bebem regularmente.
Independentemente do hábito etílico, a arritmia pode ocorrer, sempre que houver excesso na ingestão de álcool.
É recomendável o bom senso e consumo moderado de bebidas alcoólicas no carnaval e que, ao sentir desconforto, como coração acelerado, sudorese, mal-estar intenso e fraqueza, as pessoas procurem assistência médica imediatamente. É necessário fazer eletrocardiograma e verificar a pressão e a frequência cardíaca, para confirmar o diagnóstico da arritmia.
É preciso evitar a mistura de bebidas alcoólicas com energéticos convencionais, que têm grande quantidade de cafeína. Embora não haja relação direta entre consumo de café e arritmia cardíaca, quando a pessoa ingere uma quantidade excessiva de cafeína e de álcool, acaba tendo dois estimulantes que são deflagradores.
O energético entraria aí como mais um fator para a ocorrência de arritmia cardíaca, mas o álcool é a principal causa.
Durante o carnaval, é aconselhável que os foliões bebam muita água, porque o principal efeito do álcool é que ele causa desidratação celular. Para cada copo de álcool ingerido, deve-se tomar, em média, o dobro de líquido, como água ou mate.